Quando nos aproximamos do final de um ciclo, é natural que germine em nosso íntimo uma certa inclinação para a reflexão, que nos convida a meditarmos um cadinho a respeito de tudo o que foi vivenciado por nós. Meditativos, em meio a regozijos e arrependimentos, voltamos nossos olhos para trás e revivemos em nosso coração nossas alegrias e tristezas, os desafios que encaramos e superamos e, bem como, os obstáculos que enfrentamos e que nos deixaram em vários pedaços. Lembramos dos males que fizemos, das feridas que nos foram causadas, e isso tudo, inevitavelmente, nos leva a ponderar sobre o sentido da vida e a respeito da natureza da justiça. Aí, meu amigo, quando entramos nesta sintonia, a porca torce o rabo, e torce bonito, porque nossa noção sobre a virtude da justiça é torta e nosso entendimento sobre o sentido da vida é estreito. Por conta disso, o jardim de nosso coração, ao final de um ano, encontra-se tomado de inúmeras ervas daninhas, como a buva do arrependimento, a guanxuma ...