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Mostrando postagens de junho, 2023

OS JUÍZES NADA PENITENTES

Sempre ando acompanhado de um punhado de livros. Dois ou três livros físicos e um punhado de e-books em meu tablet e, outro tanto, no celular. Nas horas livres, se a leitura de um me entedia, me atiro de cabeça nas páginas de outro, sejam elas impressas ou digitais.   Seja na fila do banco, na mesa de uma lanchonete, ou na antessala de um consultório, esperando a minha vez, procuro sempre estar bem acompanhado, para poder aproveitar bem o tempo que temos disponível entre uma coisa e outra.   Quer dizer, nem sempre tão bem acompanhado assim. Dependendo do autor que tenha em minhas mãos, com certeza estarei em péssima companhia.   Não digo isso por maldade. Nada disso. A questão é que o fato de um caboclo ter escrito algo muito...muito bom, não significa, necessariamente, que o dito-cujo seja uma pessoa boa, legal, ou minimamente agradável.   Bem, pra ser franco, isso pouco me importa, porque, essas figuras - alguns boníssimos e, outros, realmente desprezíveis - ao menos realizaram algo

O RESTO É CONSEQUÊNCIA

Se pararmos para dar umas cutucadas em nosso celular, e nos largarmos de vereda pelo oceano digital, nos distraindo entre um e outro meme, cedo ou tarde, iremos dar de cara com ela: uma publicação patrocinada sobre técnicas e métodos para aumentar a nossa "fodereza".   Métodos e técnicas que serão compartilhadas conosco através de um curso todo poderoso [todo gostoso] que, é claro, custará uma [suposta] merreca. Uma merreca diante do conteúdo hipoteticamente único, e supostamente descomunal, que será entregue para nos tornarmos top, ousados, fodas, enfim, para sermos vencedores.   E como nós, de um modo geral, nos sentimos frequentemente como um derrotado de marca maior, acabamos caindo nessa arapuca e sendo seduzidos por essas estrovengas de autoajuda, mal disfarçadas de estoicismo 2.0, ou algo similar a isso, porque, como todos nós sabemos, a ambição sem um objetivo claro, é apenas e tão somente o refúgio do fracasso inconfessável, e a isca mais do que perfeita para atrair

MAL E PORCAMENTE ADQUIRIDA

Muitos são os erros que, juntos e misturados (ou isolados e apartados), acabam por dar forma a essa estrovenga que atualmente convencionamos chamar de sistema educacional, que está muito longe de parecer com um sistema e, mais longe ainda, de ser educacional.   Se fôssemos enumerar todos os equívocos, gastaríamos um bom tanto de linhas e, bem provavelmente, não sairíamos do lugar na tentativa de descrever essa encrenca sem par.   De todos os erros que integram e dão forma ao “trambolho de ensinação” vigente em nossa triste nação, provavelmente o maior de todos, o campeão de bilheteria, seria o fato de não pararmos de querer avançar, progredir, modernizar; quando deveríamos estar recuando, sem pestanejar. E já deveríamos a muito tempo ter começado a retroceder.   Tal afirmação pode parecer um tanto esquisita, mas não é não. Se refletirmos um cadinho veremos que essa seria a atitude mais sensata que poderíamos tomar diante do cenário educacional em que nos encontramos.   Sim, eu sei, tod

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 42)

O desespero é uma ilusão. A maior de todas.   #   #   #   Somente se acha uma pessoa boa quem nunca, nunquinha, tentou realmente fazer o bem sem se preocupar se seria reconhecida por isso.   #   #   #   Não pergunte o que devemos fazer para não perder o dito-cujo do foco. Perguntemos, com franqueza, para nós mesmos, se algum dia nós realmente nos esforçamos para ficarmos focados em alguma coisa.   #   #   #   Ao chegar em sua casa procure tirar um tempinho para deitar no gramado do quintal. Deite e sinta a presença das estrelas que nos observam sem nada dizer, a força do solo que nos sustém sem nada cobrar, o frescor do ar que nos cinge sem nada pedir e ouça, atentamente, todos os sons sutis que nos circundam e que nós, de forma tola, ignoramos diariamente de uma forma nada solene.   #   #   #   Se tivéssemos, ao encararmos nossas tarefas diárias, a mesma seriedade com que encarávamos as brincadeiras e jogos que inundavam os dias sem fim de nossa infância, com certeza seríamos pessoas

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 41)

Nós não precisamos ser um gênio, como Machado de Assis e Eça de Queiroz, para escrever um bom livro; mas para escrevermos algo minimamente razoável é necessário que leiamos muito bem, um bom lote de tudo aquilo que germinou da pena de Eça de Queiroz, Machado de Assis e companhia ilimitada.   #   #   #   Ao nos dedicarmos à leitura, nós não teremos em nossas mãos um atestado de que um dia nos tornaremos figuras geniais, mas, com toda certeza, algo extraordinário irá tocar o âmago de nossa alma em cada leitura, algo que nos ajudará a nos libertarmos da nossa sonsice existencial nem um pouco original.   #   #   #   Afirmar, soberbamente, que não lemos porque preferimos pensar com os próprios miolos, é uma das desculpas mais vagabundas que existem para justificar a nossa preguiça, para disfarçar o nosso profundo desamor pelo conhecimento.   #   #   #   Não interessa muito se o que afirmamos seja uma ideia original parida por nós, ou se ela foi colhida nas páginas de um livro qualquer, de u