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Mostrando postagens de setembro, 2023

A CRÍTICA DA RAZÃO APAGADA

Recentemente li, no site do Observatório da Imprensa, um artigo de João Pereira Coutinho, que foi publicado em 2010 na Folha de São Paulo. O título do dito-cujo era “Em defesa da Televisão”.   Como sempre, o cientista político português mandou muito bem e, após ler suas linhas em defesa da televisão, pensei: por que não escrever algumas palavras em favor da famigerada Wikipédia? Por que não? Dito isso, sigam-me os doidos, desajuizados e desvairados, nesta modesta empreitada.   Gosto da referida enciclopédia e, confesso, acho engraçado pra caramba ver como muitas pessoas falam com desdém da mesma. Referem-se a ela como se tudo que nela houvesse fosse de procedência duvidosa; duvidosa não, maliciosa. E fazem isso com aquele ar de superioridade postiça que apenas os tontos são capazes de afetar.   Mas, afinal de contas, a Wikipédia merece o nosso crédito? Claro que não. E não merece porque, na verdade, nada neste mundo deveria ser considerado 100% confiável por nós.   Aliás, presumir que

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 49)

Dentro de cada um de nós há um fantástico tesouro oculto, que cada um de nós precisaria conhecer, mas que, infelizmente, todos nós preferimos ignorar soberbamente.   #   #   #   Parem e pensem em tudo aquilo que é dito através do silêncio que interliga todas as palavras que, impensadamente, são regurgitadas por nós.   #   #   #   O campo de batalha espiritual, como todo campo de batalha, é uma grande zona cinzenta, onde não podemos nos dar ao luxo de nos distrair e, muito menos, de nos manter isentos, fazendo pose de superior.   #   #   #   Na guerra espiritual não existe meio termo. Ou estamos juntos às fileiras da luz, ou estamos ao lado das hostes das trevas.   #   #   #   O politicamente correto, com sua mania manhosa de colocar o bom-mocismo acima da verdade, no fundo, não passa de uma ardilosa, e diabólica, perversão da realidade.   #   #   #   Nunca nos esqueçamos que há uma diferença cabulosa entre credibilidade e veracidade.   #   #   #   Muitas vezes, uma verdade, proclamada

SENSEI RONERSON – EM MEMÓRIA

As lições ensinadas pelas artes marciais vão muito além do tatame. Todos aqueles que dedicam a vida ao seu cultivo sabem muito bem disso.   A vida, literalmente, transfigura-se. Somos plasmados pela arte do combate que, de modo sutil, nos ensina a lutar a boa luta contra nossas fraquezas e limitações, todo o santo dia, na arena do nosso coração.   Aliás, como nos ensina o sensei Jigoro Kano, a simplicidade é a chave de toda arte; é a chave da vida.   Sensei Ronerson, que tivemos a felicidade de conhecer, é um exemplo de uma vida, que foi vivida, no calor dos tatames e no riscado estreito do judô, do “caminho suave” e, por isso, enriquecida pela simplicidade que emanava em seu jeito de ser; que era irradiada através do seu modo de ensinar, que tanto inspirava os seus alunos e amigos.   Como nos ensina Miyamoto Musashi, os homens devem moldar o seu caminho, e o senhor, sensei, moldou o seu com maestria.   Muitas são as lembranças que ficam, muitas delas na forma de lições que foram minis

MUITO ALÉM DA BESTIALIDADE

Em uma de suas últimas entrevistas, o historiador José Murilo de Carvalho havia afirmado que tinha perdido a esperança de que, um dia, o Brasil viria a ser uma grande nação e, nessa tertúlia, ele apresentou algumas das razões que o levaram a ter essa visão pessimista a respeito da pátria de chuteiras. Razões as quais, francamente, em muitíssimos pontos, não temos como, nem porque, discordar.   Além do mais, de minha parte, graças ao bom Deus, nunca tive esse tipo de esperança, de querer que o Brasil se torne uma das grandes nações do mundo. Nunca esperei, e não espero. Espero apenas que nós, brasileiros, estejamos à altura dos desafios que se apresentam a nós, reles e anônimos cidadãos, para superá-los com magnanimidade e, se for o caso, que sejamos capazes de sucumbir com altivez estoica.   Uma nação, seja ela graúda ou nanica, antes de qualquer coisa, é apenas uma abstração política se não considerarmos, em primeiro lugar, os homens e mulheres, anônimos e sem grande procedência, que