Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2024

REFLEXÕES E APONTAMENTOS INOPORTUNOS (p. 02)

Deus fala conosco o tempo todo; mas apenas aqueles que, humildemente, abaixam as soberbas orelhas, são capazes de ouvir e acatar os seus conselhos.   #   #   #   Se o cálice do nosso coração está cheinho, transbordando com os licores do mundo, não tem como Deus enchê-lo com o bálsamo necessário para tratar das dolorosas feridas da nossa alma.   #   #   #   É necessário matar algo em nós, para que possamos verdadeiramente viver.   #   #   #   Aquele que aprender o processo alquímico de transformar as angústias e padecimentos em gestos de amor a Deus e ao próximo, terá aprendido o segredo da felicidade.   #   #   #   Não há valor em uma vitória que não exige nenhum sacrifício de nossa parte.  Não existe glória alguma onde não nos entregamos de forma abnegada ao bom combate.   #   #   #   Não confundamos tolerância com cumplicidade. Uma coisa não tem nada que ver com a outra.   #   #   #   Nossos fracassos não podem ser encarados como o certificado de nossa incapacidade porque, se olharmo

QUANDO O CALCANHAR DE AQUILES APERTA

Não existe nada que possa vir a ter um senhorio maior que aquele que está reservado à verdade, conforme é-nos ensinado pelos “Upanixades” hindus. Nada pode ser colocado para assentar-se em seu trono, sem que corramos o risco de mutilar as faculdades mais elevadas da pobrezinha da nossa alma.   Naturalmente, o conhecimento de qualquer verdade, por mais pequenina que seja, sempre implica numa série de problemas que irão demandar uma atitude de prontidão para que, com atenção e constância, possamos chegar a uma resolução minimamente razoável e, é claro, provisória, porque a verdade é eterna e, nossa presença neste mundo, meramente efêmera.   Como nos ensina Santo Tomás de Aquino, e muitos outros figurões de envergadura similar, se o conhecimento da verdade é filho do tempo, temos que dar tempo para que nossa ignorância possa ser vencida pela persistente procura pelo dito-cujo do esclarecimento. Se não fizermos isso, nossa inteligência será nocauteada pelos preguiçosos punhos da nossa igno

REFLEXÕES E APONTAMENTOS INOPORTUNOS (p. 01)

Os donos do poder até podem, devido a sua leviandade congênita, se dar ao desfrute de dizer que não sabem o que estão fazendo; já o homem comum não pode, de modo algum, dar-se a esse “luxo”, tendo em vista que terá, cedo ou tarde, que arcar com as consequências das decisões insensatas que foram tomadas pelos poderosos ditos-cujos, com o infeliz consentimento de todos aqueles que integram a massa insensata.   #   #   #   O conhecimento não é suficiente para fazermos algo bom, com toda certeza; mas, nada de bom pode ser feito sem que tenhamos, ao menos, um cadinho de conhecimento. Quanto a isso, creio que não existe a menor dúvida. Por isso, é de fundamental importância, que jamais esqueçamos que a ignorância não é, e nunca será, remédio para nenhum problema. Nem a ignorância e, muito menos, a dita-cuja da preguiça.   #   #   #   Em um ano eleitoral, todo mundo, sem exceção, em algum momento, votou no cara errado, mesmo que não admita; e votou nele crente de que havia escolhido a pessoa

A LUZ DO LUAR SOBRE OS CEMITÉRIOS ESQUECIDOS

Mário Souto Maior é o autor do “Dicionário do Palavrão e termos afins”, onde o mesmo reuniu, nada mais, nada menos, que três mil insultos que fazem parte da língua portuguesa, cujo imperador, segundo Fernando Pessoa, é o grande Padre Antônio Vieira.   Se o amigo leitor nunca consultou a referida obra, sugiro que o faça para, quem sabe, poder enriquecer mais o seu vocabulário com aquelas pérolas que não são assim tão preciosas.   Sim, eu sei, todo mundo sabe, não é de bom alvitre proferir impropérios, porém, há ocasiões em que essas são as únicas palavras que verdadeiramente podem ser ditas para expressar com clareza o que estamos sentindo.   Aliás, como certa feita havia dito Millôr Fernandes, todo mundo tem o sacrossanto direito ao “phoda-se”, pois é preferível dizer cobras e lagartos num momento de indignação do que ficar guardando potes e mais potes de fel e rancor no coração, para alimentar mesquinhas vinganças e outras coisinhas insalubres semelhantes.   Todavia, é importante lemb

ENTRE A ENXURRADA DA VERGONHA E A PONTE DA CONSCIÊNCIA

Carlos Heitor Cony, certa feita havia contado, em uma de suas crônicas, que existia uma “quase-capela”, na Matriz de Nossa Senhora da Guia, de onde dava para ver toda a fumaceira que vinha das locomotivas que chegavam no Méier, santuário esse que, por sua deixa, tinha sido demolido.   Nesta bela e modesta “quase-capela”, havia uma pia-batismal que, também, foi para o beleléu quando toda a construção foi abaixo. Junto à bacia batismal, havia uma placa, que fora colocada por um fazedor de balões e torcedor inveterado do São Cristóvão Atlético Clube; placa essa que trazia os seguintes dizeres: “Aos 22 dias do mês de março de 1926, aqui neste batistério, foi solenemente batizado o inocente Carlos Heitor”.   Pois é. Já faz algum tempo que ele, Carlos Heitor Cony, também foi demolido, partindo desta vida e nos deixando esse grande monumento que é a sua obra e que, se Deus quiser, não será demolida, nem esquecida pelos homens.   Mas não é a respeito dele, nem da sua obra, que gostaria de escr

NÃO SE FAZ UMA NAÇÃO COM HOMENS ABJETOS

Miguel Reale, em um dos capítulos do seu livro “De olhos no Brasil e no mundo”, nos chama a atenção para algumas questões a respeito da educação em nosso país. Nesse escrito, notava ele, com sua pena e tinteiro que, nos anos 90, as Instituições de Ensino Superior estavam pipocando por todos os cantos de nosso país e que, tal florescimento, era visto por muitos como um sinal de progresso, de desenvolvimento e, acima de tudo, de orgulho. Pois é. Mas o professor Reale (1910 - 2006) via esse cenário com outros olhos, tendo em vista que a raiz dos males da educação em nosso triste país são de outra cepa.   Sem dúvida alguma, é bom que tenhamos universidades. Se possível, muitas. Porém, mais importante que isso, seria podermos dispor de escolas melhor estruturadas e, deste modo, oferecer instrumentos mais aquilatados para a edificação dessa tal de educação.   No seu entender, uma nação que se ufana da criação de uma infinidade de Instituições de Ensino Superior sem, necessariamente, se esmer