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Mostrando postagens de janeiro, 2024

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 60)

Uma pitada de nervosismo, junto com duas medidas de ansiedade, faz parte da receita de um momento de felicidade.   #   #   #   Um olhar revela tudo. Quase tudo. Um dedo prosa, descontraído, entrega todo o resto.   #   #   #   Se a história do homem principiou nas cavernas, a de Cristo, neste mundo, começou em uma gruta, porque Ele é o Deus verdadeiro que revela o verdadeiro homem.   #   #   #   Um filme não precisa ser realista para ser uma grande obra. Basta que ele seja bom.   #   #   #   De um modo geral, os ardorosos defensores da ficcional Democracia Brasileira, idolatram Che Guevara, Fidel, Stalin, Mao e companhia [tirânica] ilimitada.   #   #   #   Deus é onisciente, onipotente e onipresente; nós, meros mortais, às vezes somos cientes, outras tantas impotentes e, ultimamente, mal conseguimos nos fazer minimamente presentes.   #   #   #   Não há amadurecimento sem uma devida dose de sofrimento.   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela https://sites.google.com/view/zanela   In

UMA TRINCA DE REIS

Miguel de Cervantes nos sugere, floreando com as letras de um jeito que apenas ele sabia fazer, que é muito mais saboroso o caminho que a pousada onde repousamos a carcaça. Seguindo pela mesma trilha, o poeta Antonio Machado certa feita havia dito que o caminhante se faz na caminhada, não na chegada (na verdade ele disse: caminante, no hay camino: se hace camino al andar). E nós, figurinhas e figurões do século XXI, sem nos darmos conta, preferimos acorrentar o nosso olhar aos possíveis e desejáveis momentos de repouso, fazendo desses momentos os grandes objetivos da nossa vida; objetivos esses que, no nosso entender, deveriam ser conquistados para que ela, a nossa porca vida, seja [supostamente] realizada de forma plena.   Quantas e quantas vezes passamos os nossos dias, lamentando conosco mesmo - e com os nossos familiares, amigos e colegas - que queremos porque queremos que o dia passe logo, bem rapidinho; quantas e quantas vezes suplicamos em nosso íntimo para que os dias da semana

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 59)

Renúncia é poder. Apego é servidão.   #   #   #   Não se deve ficar regando as flores a muito depositadas nos jazigos dos sonhos esquecidos e no mausoléu das esperanças perdidas.   #   #   #   Um amor que não inquieta o coração é similar a um tesão que não provoca aquele calorão.   #   #   #   Mendigar atenção é uma grande humilhação; provavelmente, uma das maiores.   #   #   #   Quanto mais sensatos e equilibrados queremos parecer, mais nossa consciência se assemelha a uma pocilga abandonada.   #   #   #   Imaginar-se superior, por se considerar isento e equilibrado, é uma das muitas faces da vilania envergonhada.   #   #   #   Toda tirania veste-se com a toga da sensatez, para melhor ocultar os imundos coturnos da truculência descarada.   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela https://sites.google.com/view/zanela   Inscreva-se [ aqui ] para receber nossas notificações.

O ENCONTRO DE CALÍOPE COM ATENA

Em toda roda de conversa, regada com um bom café ou com aquela cerveja, fala-se de tudo um pouco. Desde as tretas políticas do momento até sobre o famigerado sexo dos anjos.   Em meio a essas amistosas tertúlias, vira e mexe aparece o assunto da significativa perda de atenção, da capacidade de concentração, que vem afetando as pessoas na sociedade atual, especialmente as tenras gerações, mas também velhos dinossauros como esse que vos escrevinha neste momento.   E sempre que o assunto é esse, num estalar de dedos vem à minha mente o papel salutar que tanto a poesia como as artes marciais podem desempenhar na resolução desse entrevero demasiadamente humano.   É isso aí. Há uma relação íntima entre as artes marciais e a poesia. E quem diz isso, de forma direta, curta e grossa, não sou eu, mas sim, Paulo Leminski que, além de ter sido um poeta porreta, entre outras coisas, também foi faixa preta em judô (se você não sabia disso, fique sabendo).   O poeta afirmava que nas suas lides com as

FUTILIDADE MIDIATICAMENTE EDIFICADA

Existem certas coisas que conseguimos apenas compreender, com alguma clareza, com o passar dos anos. Na verdade, bem na verdade, praticamente todas as coisas, que têm um mínimo de importância, acabam se encaixando na justeza dessa caixinha. Por essa razão, tanto Norbert Elias como Gilberto Freyre, a muito, nos chamam a atenção para isso, para a importância de aprendermos a nos envolver de corpo e alma com as tramas dos acontecimentos e, em seguida, sermos capazes de nos distanciar das mesmas para, na solitude, refletirmos sobre tudo aquilo que foi vivido e testemunhado, direta e indiretamente, por nós. Esse vai-e-vem, esse envolver-se e afastar-se do pulso da vida, é algo que todos nós realizamos, principalmente quando atingimos uma determinada idade. Quando voltamos os nossos olhos para a nossa mocidade, estando longe dos verdes anos, conseguimos obter uma compreensão mais cristalina da nossa própria vida, tendo em vista que o tempo e a distância alteram o valor que damos a certos pes

MIDIATICAMENTE MAQUINADO

Tudo, tudinho mesmo, nesta vida, acaba sendo uma questão de perspectiva e profundidade. Não tem como escapar.   Ou, sendo curto e grosso, feito pino de patrola, seja nas lides diárias, ou nos entreveros do poder, tem mais chances de lograr êxito, aquele que dispõe de uma clara visão do conjunto e, a partir dessa, ser capaz de traçar uma agenda de médio e longo prazo.   Somente os indivíduos que tomam por base esses dois instrumentos são capazes de antever, com relativa clareza, os caminhos possíveis que podem ser desenhados a partir de acontecimentos que invadem a cena presente. Aliás, essa é a essência, o tutano de uma boa estratégia.   Quando estamos munidos de uma visão de longo prazo, inevitavelmente nos tornamos menos reativos aos furdunços que são apresentados, pela grande mídia e pelas malhas das redes sociais, como sendo um “Deus nos acuda”, o prelúdio do final dos tempos.   Nos tornamos menos reativos porque o alarido midiático não é encarado como se fosse o palco da história,

TEMOS NOSSO PRÓPRIO TEMPO

Todo ano que principia, queiramos ou não, nos atira nas ventas aquele surrado convite à introspecção, à reflexão, mesmo que seja por alguns mirrados minutinhos; e, ainda assim, a dita-cuja nos deixa aquela pesada nuvem sorumbática sobre nosso semblante.   E, nesse clima pensativo, que passa bem rapidinho, reflete cristalinamente os versos de uma canção de Renato Teixeira e Almir Sater, que nos diz: “dezembro vai, janeiro vem/O tempo passa veloz como um trem”. Pois é. E é bem assim que nos sentimos todos os anos, quando o “ano velho” deixa a arena do momento presente para que “outro tempo” possa ser o novo cenário do espetáculo da nossa vida.   Aliás, é mais do que significativo que o nome do primeiro mês do ano honre o deus Jano, a divindade das mudanças, das passagens, abençoando os começos. Como todo mundo sabe, as imagens dessa divindade, que nos foram deixadas pelos romanos, o representavam com duas faces; uma voltada para trás e outra para frente, simbolizando esse divisor de água

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 58)

É preciso muitas incompetências para considerar-se uma pessoa crítica; porém, é necessário apenas uma competência para agir de modo sensato.   #   A vida torna-se um beco para todo aquele que se recusa a fazer as perguntas necessárias com a intenção certa.   #   Uma ação política sem organização estratégica é apenas um punhado de torcedores dispersos, histéricos, impotentes e estéreis.   #   A moral antecede a política, o que não significa que a moral deva ser uma plataforma política.   #   Quanto mais se repete uma palavra, de forma leviana e sem muita cerimônia, mais ela perde a sua valia.   #   Se não colocamos Deus em primeiro lugar na nossa porca vida é porque, bem provavelmente, nós colocamos alguma tranqueira no seu divino lugar.   #   Alguns dizem que quando postamos algo passamos a existir; porém, sem percebermos, em cada postagem, vamos perdendo algo único em nossa vida.   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela https://sites.google.com/view/zanela   Inscreva-se [ aqui ] p