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Mostrando postagens de março, 2024

REFLEXÕES E APONTAMENTOS INOPORTUNOS (p. 04)

A CNBB do B se esforça, como se esforça, para escandalizar os fiéis de todos os tempos para, forçosamente, parecer agradável aos infiéis, de todos os matizes, do tempo presente e, ao que tudo indica, ela não parará tão cedo de trilhar por essa escandalosa vibe nem um pouco apostólica. #   #   # A grande mídia, há um bom tempo, não faz mais jornalismo; ela faz apenas e tão somente, uma miserável assessoria, relativamente eficaz, de manobra da opinião pública. #   #   # A inteligência pode até ser artificial, mas a burrice é sempre, e sempre será, destrambelhadamente humana. #   #   # Não confundamos curiosidade intelectual, que é algo fundamental, com indiscrição de janeleiro, que é um trem pra lá de imoral. #   #   # A ficção é uma forma elegante de se dizer uma verdade inconveniente, ou de descomplicar uma obviedade de difícil digestão. #   #   # Nem toda obra literária é uma obra de literatura fantástica, mas toda literatura é maravilhosa e, sua leitura, é um trem fantástico. #   # 

QUASE POESIA (p. 06)

# 037   Quando a chuva, matreira, Se derrama nas folhas altivas, Da imponente castanheira, De forma intensa e amiga, No âmago da alma envelhecida, Abre-se uma amistosa clareira, De luz cristalina, curativa, E, de uma singular maneira, Lava as antigas feridas Que foram adquiridas De forma dura e fria, Ou de forma despercebida, Com o passar das noites e dias, Entre lágrimas e alegrias.   # 038   Fugir da verdade É viver a vida Pela metade.   # 039   O estudo pode até Na vida, não ser tudo, Mas viver a vida Desdenhando O dito-cujo, É o trem pra lá De estúpido.   # 040   A grande mídia É uma farsa Uma piada infame E sem graça.   # 041   A poesia não é E nunca será Uma coisa útil Ou algo que o valha E, por isso mesmo, Por sua inutilidade Sem igual Ela sempre foi E para sempre será Algo fundamental.   # 042   De um modo geral Os titulares do poder Com sua cara de pau E sem a menor moral Que amam ficar Três por quatro Praticando o mal Com todos e com tudo Não são, na real, Os sujeitos Que gov

A ROCHA DO SEPULCRO ROLOU

É correto pagarmos tributos a César? Todos conhecemos essa perguntinha, pra lá de maliciosa, que se faz presente no Evangelho de São Matheus, como também conhecemos muito bem a resposta que foi dada por Cristo e, a resposta, curta e grossa, feito joelho destroncado, nos convida para dissiparmos as várias camadas de sombras que envolvem e, em certa medida, asfixiam o nosso coração.   O Filho de Davi disse, mostrando a todos a face do bicho velho togado na moeda, que devemos dar a César o que é dele, e a Deus o que lhe pertence. Mas, o que pertence a Deus que tem o rosto Dele impresso? Nós, amigo leitor. Lembremos, e nunca nos esqueçamos, que o Altíssimo nos fez a sua imagem e semelhança.   Infelizmente, não são poucas as vezes que acabamos nos esquecendo disso e, sem nos darmos conta, entregamo-nos de corpo e alma aos poderes pútridos deste mundo, oferecendo o que há de mais elevado em nós para ser distorcido, mutilado e agrilhoado pelas ideias, valores, ideologias, projetos e planos de

O RONRONAR MANHOSO DO GATO MALHADO

Umberto Eco, em sua obra “Cinco escritos morais”, nos chama a atenção para uma questão que, ainda nos dias atuais, se faz presente sobre a mesa da opinião pública e dos botecos, que é a tal da tolerância e, de cara, o finado escritor italiano, sem dó, coloca o dedo na ferida, quando diz que para sermos realmente tolerantes, deveríamos compreender que existem muitíssimas coisas que são intoleráveis, inclusive e principalmente, em nós mesmos, que nos consideramos, assim, a “cada escarrada do bem”.   Sim, eu sei, abunda no mundo atual o número de pessoas que quer parecer fofa, fofíssima, a todos os olhares midiáticos, e que fazem questão de dizer que estão de braços abertos, feito um personagem do desenho animado “ursinhos carinhos”, para abraçar a todos, sem discriminação, no dia intergaláctico do abraço e da amizade.   Mas, aí vem a pergunta que não quer calar: é possível abraçarmos, com a mesma reverência e consideração, um integrante da Toca de Assis e um entusiasta fervoroso de Josep

REFLEXÕES E APONTAMENTOS INOPORTUNOS (p. 03)

É muito, muito importante conhecermos razoavelmente bem a obra de um filósofo, de um escritor, ou de qualquer espécime dessa seleta fauna; mas, conhecer a vida de algumas dessas figuras, com alguma profundidade, é algo imprescindível para compreendermos o quanto de suor, sangue e lágrimas é necessário derramar para se produzir uma obra que não é feita com argamassa, que não aumenta os dígitos de uma conta bancária e que, por isso mesmo, é de um valor inestimável.   #   #   #   Quem muito se ufana de ser detentor de uma “mentalidade pragmática”, no fundo e na real, não passa de um medíocre envergonhado e, por isso mesmo, incapaz de qualquer idealismo, por mirrado que seja.   #   #   #   O talento pode até, em certos ambientes, ser inspirador, mas a mediocridade, infelizmente, em nossa sociedade, é tremendamente contagiosa e ofusca o brilho de qualquer alma minimamente talentosa.   #   #   #   Aprender a lidar com as nossas contradições é o primeiro passo que deve

QUATORZE DE MARÇO

 Num certo dia, num lugar Próximo a uma lagoa antiga De plácidas águas de alegria Ciosas para refletir o luar Que viria após o crepúsculo Da tarde que se ia devagar Para alegremente saudar Uma gentil alma de luz solar Que viria a este mundo habitar. Me lembro bem, como me lembro, Foi a muito, num mês de março, Que essa menininha morena De cabelinhos bem cacheados Nasceu para tornar tudo encantado. Todos os dias, cada um deles, Não apenas e tão somente este O décimo quarto, do mês de março, Em que comemoramos o aniversário, Da minha amada filhinha, A linda e doce menininha De cabelos cacheados.

AMARELADAS CARTAS DO AZERBAIJÃO

O amigo leitor, imagino eu, já deve ter lido o livro “Cartas Chilenas”. Se não o fez, ao menos deve ter ouvido falar do referido livro, onde o autor, Tomás Antônio Gonzaga, de forma satírica, tecia incontáveis críticas à situação que imperava na amada Minas Gerais do século XVIII.   As treze cartas, que compõem a obra, eram assinadas com o pseudônimo de Critilo e eram endereçadas ao seu amigo Doroteu, pseudônimo de Cláudio Manuel da Costa.   Critilo, supostamente, residia no Chile, na cidade de Santiago, e não economiza na ironia para sentar a ripa num tal de Fanfarrão Minésio, que seria o suposto Governador da Capitania Geral do Chile.   Porém, todavia e entretanto, as críticas não eram ao suposto governador do Chile, mas sim, à corrupção do governador da Capitania de Minas Gerais, o senhor Luís da Cunha Meneses.   Para contornar o despotismo e a censura que imperavam naqueles idos, e não terminar vendo o sol nascer quadrado e, em seguida, ver-se pendurado na forca, o grande poeta rec

QUANDO AS FLORES DO JAZIGO MURCHAREM

Todos os países que adotam o tal do regime democrático, sem exceção, apresentam uma e outra imperfeição e, por essa razão, nos países onde de fato há democracia, a crítica a mesma se faz necessária para que possa-se identificar as suas possíveis deficiências e, mediante debates honestos, podermos procurar caminhos para corrigi-las, pois, é importante nunca esquecermos que a democracia é um ideal áureo, mas nós, seres humaninhos, somos uma triste figura.   Por isso, a crítica justa, e até mesmo a injusta, acabam sendo sempre ferramentas imprescindíveis, não apenas para aperfeiçoarmos os mecanismos políticos e sociais da sociedade, mas também, para que possamos nos aprimorar como cidadãos.   Aliás, um cidadão que acredita estar acima de toda e qualquer crítica, provavelmente, quando meteu o dedo na jarra da vaidade, deve ter se lambuzado dos pés à cabeça, não é mesmo? Claro que é. Da mesma forma que uma figura, que acredita que seus atos estão acima e além de qualquer correção, possivelm

BODAS DE OPALA

Foi numa conversa despretensiosa, Regada a cerveja e gargalhadas, Nas primícias do mês de março, No raiar do milênio terceiro que   Nossas mãos se tocaram enquanto Nossos castanhos olhos se cruzavam Para que nossas acanhadas almas Se aproximassem, sem medo,   Pela primeira vez. Pois é, foi numa noite de março, Quente como nos dias de hoje, Que a vinte e quatro anos passados,   Iniciamos nossa linda caminhada Ritmada no pulsar das mãos dadas Das nossas vidas entrelaçadas Pelas linhas da vida e do amor.   Te amo minha amada. (02/III/2024)