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REFLEXÕES E APONTAMENTOS INOPORTUNOS (p. 03)

É muito, muito importante conhecermos razoavelmente bem a obra de um filósofo, de um escritor, ou de qualquer espécime dessa seleta fauna; mas, conhecer a vida de algumas dessas figuras, com alguma profundidade, é algo imprescindível para compreendermos o quanto de suor, sangue e lágrimas é necessário derramar para se produzir uma obra que não é feita com argamassa, que não aumenta os dígitos de uma conta bancária e que, por isso mesmo, é de um valor inestimável.

 

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Quem muito se ufana de ser detentor de uma “mentalidade pragmática”, no fundo e na real, não passa de um medíocre envergonhado e, por isso mesmo, incapaz de qualquer idealismo, por mirrado que seja.

 

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O talento pode até, em certos ambientes, ser inspirador, mas a mediocridade, infelizmente, em nossa sociedade, é tremendamente contagiosa e ofusca o brilho de qualquer alma minimamente talentosa.

 

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Aprender a lidar com as nossas contradições é o primeiro passo que devemos dar para reconhecermos as nossas inúmeras limitações e, com isso, nos habilitarmos a dar os primeiros passos para compreender a grandeza e o poder do ato de perdoar.

 

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Apenas se equivocam aqueles que tentaram realizar algo digno e bom. Aqueles que não procuram realizar nada, geralmente acreditam que a culpa por sua inação seria da sociedade, do Estado, dos outros ou de qualquer tranqueira que lhe sirva de bode expiatório.

 

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Querer conquistar os postos mais elevados do mundo, almejar ganhá-los a qualquer custo, é a fórmula mais do que perfeita para sermos uma alma tremendamente miserável.

 

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Quanto menos controles indiscretos são impostos à ação estatal, maior é o domínio discreto exercido pelos vetores do Estado sobre nós.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros.

https://lnk.bio/zanela


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