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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 42)

O desespero é uma ilusão. A maior de todas.

 

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Somente se acha uma pessoa boa quem nunca, nunquinha, tentou realmente fazer o bem sem se preocupar se seria reconhecida por isso.

 

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Não pergunte o que devemos fazer para não perder o dito-cujo do foco. Perguntemos, com franqueza, para nós mesmos, se algum dia nós realmente nos esforçamos para ficarmos focados em alguma coisa.

 

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Ao chegar em sua casa procure tirar um tempinho para deitar no gramado do quintal. Deite e sinta a presença das estrelas que nos observam sem nada dizer, a força do solo que nos sustém sem nada cobrar, o frescor do ar que nos cinge sem nada pedir e ouça, atentamente, todos os sons sutis que nos circundam e que nós, de forma tola, ignoramos diariamente de uma forma nada solene.

 

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Se tivéssemos, ao encararmos nossas tarefas diárias, a mesma seriedade com que encarávamos as brincadeiras e jogos que inundavam os dias sem fim de nossa infância, com certeza seríamos pessoas maduras, ao invés dessa fossa de presunção e má vontade.

 

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Se tivéssemos, frente às nossas tarefas diárias, ao menos um cadinho da seriedade que tínhamos quando estávamos diante das brincadeiras e jogos que inundavam os dias sem fim da nossa infância, com certeza seríamos pessoas melhores, pessoas maduras, e não essa fossa pútrida de presunção e má vontade.

 

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Aqui nestas terras liliputianas, roubar e levar a bancarrota toda uma nação, é algo digno de cem anos de perdão, merecedor de mil e uma concessões; agora dizer meia-dúzia palavrões, chamar larápio de ladrão, e de outras coisinhas mais, isso não pode não. Tal atitude seria, no entendimento dos togados guardiões da galáxia, uma ameaça terrível e inenarrável contra a democracia, contra os bons costumes, contra a segurança da órbita dos planetas.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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