Nós não precisamos ser um gênio, como Machado de Assis e Eça de Queiroz, para escrever um bom livro; mas para escrevermos algo minimamente razoável é necessário que leiamos muito bem, um bom lote de tudo aquilo que germinou da pena de Eça de Queiroz, Machado de Assis e companhia ilimitada.
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Ao nos dedicarmos à leitura, nós não teremos em nossas mãos um atestado de que um dia nos tornaremos figuras geniais, mas, com toda certeza, algo extraordinário irá tocar o âmago de nossa alma em cada leitura, algo que nos ajudará a nos libertarmos da nossa sonsice existencial nem um pouco original.
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Afirmar, soberbamente, que não lemos porque preferimos pensar com os próprios miolos, é uma das desculpas mais vagabundas que existem para justificar a nossa preguiça, para disfarçar o nosso profundo desamor pelo conhecimento.
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Não interessa muito se o que afirmamos seja uma ideia original parida por nós, ou se ela foi colhida nas páginas de um livro qualquer, de uma obra bem ou mal escrita. O que realmente importa é que aquilo que esteja sendo dito por nós seja o resultado de um esforço sincero que almeja expressar a verdade, alumiar a vida e que, ao final, tenha alguma serventia. O resto é frescura.
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É engraçado vermos boleiras de pessoas que têm, praticamente, a sujeira dos seus umbigos como única referência intelectual dizerem, garbosa e soberbamente, que um texto - seja ele um ensaio, uma crônica, ou uma modesta frase – seria credibilidade duvidosa só porque não combina com suas cracas cerebrinas.
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Vivemos em um país onde a maioria acachapante das pessoas apenas pegaram um livro para ler – com uma tremenda má vontade, diga-se de passagem – porque seus professores dos idos colegiais assim solicitaram para avaliá-los. Depois desses “tempos áureos”, nunca mais passaram perto de um, nem por descuido. E são essas pessoas, cagadas de preguiça intelectual, que hoje arrotam indignação diante da decadência da educação e da degradação da cultura do nosso triste país.
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Onde há vontade, com certeza, há caminho. Porém, onde abundam os entraves burocráticos, o caminho acaba sendo o desânimo, a desesperança e a má vontade.
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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