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Mostrando postagens com o rótulo cadinho de prosa

AS INSTITUIÇÕES DEMOCRATICAMENTE VILIPENDIADAS

Existem termos que são utilizados para justificar inúmeras ações, devido a sua significação positiva no imaginário das pessoas.   Devido a isso, e a nossa imensurável leviandade, um conceito descritivo, acaba muitas e muitas vezes servindo como um porrete para legitimar decisões que, literalmente, são o seu oposto.   A história nos dá testemunho de muitos casos onde esse fenômeno se fez presente e, infelizmente, continuará a estar no meio de nós por muito tempo, tendo em vista que não somos muito bons em aprender as lições que a Mestra da vida tanto nos ensina.   Um bom exemplo do que estamos procurando chamar a atenção são os usos que são feitos em torno daquilo que se convencionou chamar de “instituições democráticas”.   Já repararam que tudo passou a ser justificado em nome dessas palavras, inclusive agir de modo autocrático e discricionário? Então reparem.   Por favor, não estou tirando esse trem da minha moringa, estou apenas lembrando que, já faz algum tempo, que ministros da mai

A REPÚBLICA QUE NÃO TEMOS

Há momentos que devemos falar, e falar em alto e bom tom, do alto do telhado da nossa morada, para que todos possam ouvir nossa voz. Esses momentos são aqueles quando a verdade não mais encontra morada no coração dos homens e, por isso, torna-se urgente proclamá-la.   Porém, o grande problema é que toda vez que alguém ousa anunciar a verdade, que muitos querem amordaçar e largar num bueiro qualquer, é que todos aqueles que tomam a decisão de realizar essa tarefa, o fazem imaginando que estão na praça da república de Platão, esquecendo-se que estão na latrina aberta por Deodoro da Fonseca e seus " Blue Cat's" .   Por essa e outras que dizer a verdade é sempre um problema.   Sobre isso, podemos fazer inúmeras considerações, porém, gostaria apenas de chamar a atenção para um ponto, que é a diferença que há entre credibilidade e veracidade. Diferença essa que, muitas e muitas vezes, desdenhamos.   Algo que tem credibilidade é tão só e simplesmente um trem que as pessoas, de u

LADEIRA ABAIXO RUMO A PRAÇA VERMELHA

Nós não estamos no fim da história. Esse momento turbulento, que agora testemunhamos, é apenas um capítulo de uma jornada que está muito longe de terminar. Penso que é imprescindível que não nos esqueçamos disso.   A jornada humana não é linear, como um documentário cafona, nem retilínea, como um livro de história escrito com letras deselegantes. O traçado da mestra da vida é sinuoso, com avanços rápidos e regressos abruptos e repentinos. Ou, dito de forma lacônica e entojada: o devir humano através do tempo é dialético.   É importante nunca esquecermos que a história é forjada por tensões, boleiras de tensões. Ignorar a presença delas é a receita mais do que perfeita para não compreendermos as correntezas que movem a vida em sociedade.   Para captarmos essas tensões e compreendê-las é imprescindível que sejamos capazes de enxergar a realidade histórica não apenas por meio de nossos olhos, mas também, através do olhar do outro, por meio das razões contrárias às nossas.   Dentro das ten

HÁ ALGO PODRE E NÃO É NO REINO DA DINAMARCA

É muito comum vermos pessoas utilizarem a expressão “teoria da conspiração” para minar a credibilidade, não apenas de um argumento apresentado contra algo, mas também quando é levantada uma dúvida minimamente razoável.   Ora, o fato de rotularmos um argumento, ou uma dúvida, como sendo uma [suposta teoria da conspiração] não deslegitima de forma alguma o que está sendo apresentado. Muito pelo contrário! Apenas reforça mais ainda a validade do argumento e a pertinência da dúvida.   O que refuta, destrói e acaba com um argumento é uma contra-argumentação acompanhada de provas robustas que desconstrua, ponto por ponto, o que estava sendo apontado.   O que dirime, dissipa e elucida uma dúvida é uma explicação clara e coerente, devidamente acompanhada de evidências e provas que procurem acalentar o coração aflito e a mente inquieta que a levantou.   Agora, desdenhar soberbamente uma série de perguntas legítimas com base unicamente no sofista do “recurso à autoridade de uma investidura” e ao

QUANDO O FRUTO É ESSE MESMO

O que fazer? Eis a pergunta que muitos se fazem diante de uma situação como essa em que nos encontramos nesse momento.   Bah! Dá pra fazer muita coisa meu amigo, muita coisa mesmo. Mas, antes de qualquer coisa, é imprescindível que reflitamos muito sobre aquilo que estamos nos tornando.   Para explicar onde estou querendo chegar com esse causo, permitam-me contar uma pequena historieta, uma história que, certa feita, foi contada por um pobre padre anônimo do deserto.   Diz-nos ele que em um reino qualquer, nem determinado momento qualquer, que se perdeu nas brumas do tempo, subiu ao trono um imperador terrível, medonho, o cão chupando manga, que perseguia sem dó os cristãos.   Diante dessa encrenca de dimensões apocalípticas, esse padre dobrou os joelhos, colocou-se em oração e clamou aos céus, dizendo: "Senhor, por que nos deste um governante tão mau? Por quê Senhor?"   De repente, Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, apareceu para o suplicante e lhe disse: "Meu

O SANGUE QUE ESCORRE DO ALTAR DE MOLOCH

Assusta vermos a forma leviana como muitas pessoas referem-se ao assassinato de um inocente no ventre materno, o aborto, também chamado por alguns de “direito reprodutivo”, de “antecipação terapêutica do parto” e, inclusive, de “questão de saúde pública”.   Impressiona o quanto o uso de determinadas palavras nos distanciam da realidade a qual elas se referem e, em muitos casos, certos termos são capazes de perverter toda a nossa percepção da realidade.   Aliás, o que é um aborto? De modo simples é um parto. Porém, não é um parto que gera a vida, mas sim, um parto que determina a morte de um ser humano inocente.   Existem muitas formas para se realizar um aborto, um “anti-parto”. Uma delas é o envenenamento salino.   O procedimento é mais ou menos assim: primeiramente é extraído o líquido amniótico que protege o bebê. Depois é introduzida uma longa agulha através do abdômen da mãe, agulha essa que injeta uma solução salina concentrada.   Deste modo, o bebê passa a ingerir a solução que

O CAJADO DE MOISÉS

Uma coisa que frequentemente se confunde é o poder nominal com o poder efetivo. Se confunde três por quatro e, essa visão equivocada, deve ser extirpada de nosso horizonte para clarear o nosso entendimento.   Explico-me: poder nominal seria simplesmente um cargo que dá a um sujeito uma posição de superioridade frente a sociedade. Esse é o caso de um Prefeito e, é claro, de um Presidente da República. Estes, por sua investidura, podem mandar, porém, mandar por mandar, não é poder.   Já o poder efetivo não encontra-se instalado em um cargo, mas sim, diluído na sociedade, presente em inúmeras entidades, organizações e grupos formais e informais. Nestes, as ordens são obedecidas por aqueles que os integram. Resumindo a encrenca: obediência é poder.   Ou, dito de outro modo: consentimento é poder. Mando, por si só, é apenas uma demonstração pífia de força que, muitas e muitas vezes, apenas sinaliza, de forma clara, uma baita fraqueza.   Nesse sentido, fica claro feito uma noite enluarada, q

TROCANDO SEIS POR MEIA DÚZIA

Toda vez que ouvirmos alguém falar da importância do que se convencionou chamar de “pragmatismo político”, entendamos que se trata tão só e simplesmente de “oportunismo maquiavelicamente rasteiro”.   Tal oportunismo seria uma das grandes permanências da política tupiniquim, infelizmente.   Um bom exemplo disso foi a fala de um “cacique político” que havia sido indagado, logo após a Revolução de 1930, qual seria a posição do seu Estado frente ao golpe e este, laconicamente, respondeu: a nossa posição é a mesma de sempre, do lado do sistema.   Também podemos evocar o exemplo do golpe da Proclamação da República. Até 1889 o número de republicanos em nosso país era bem pouco significativo e, logo após o fim do Segundo Reinado, e o exílio da família imperial, do nada, boleiras de monarquistas passaram a se apresentar como sendo republicanos convictos, apesar de serem apenas republicanos de última hora.   Mais recentemente, em 2018, o Congresso Nacional contava com uma parcela significativa

ESTÁ NA HORA DA AUTOCRÍTICA

Após o tombo de uma derrota é mais do que natural que pinte aquela indignação e, junto com ela, o desejo de encontrar um bode expiatório para descarregar nossa frustração. Sim, é natural, mas tal atitude não faz muito bem não.   Na real, após uma derrota, como em qualquer revés que a vida nos apresente, o que primeiramente nós deveríamos fazer é encarar estoicamente a situação e realizar, sem dó, uma baita autocrítica.   Não sei se aqueles que se declaram conservadores, ou algo similar a isso, de fato estão disposto a fazê-lo, porém, se acreditamos realmente que é necessário edificar uma perspectiva política mais elevada para o nosso triste país, é imprescindível que, neste momento, engula-se o furor para refletir sobre os erros que foram cometidos nestes últimos anos que, diga-se de passagem, não foram poucos.   Não me refiro aos erros da presidência da República e das grandes lideranças políticas. Isso fica para outra conversa. Neste primeiro momento, a autocrítica deve ser feita com

PARA SUPERARMOS A MORNIDÃO

A eleição que parecia que não iria acabar mais, enfim terminou e, diante de seu fim, muitas são as questões que ficaram nas valetas da apuração.   De cara, vem à minha mente, uma questão: a tal da “polarização”. Muitos se manifestaram alarmados diante dessa divisão como se isso fosse uma ameaça à democracia, um perigo para as instituições, uma fonte inexaurível de tensões e assim por diante.   De minha parte, francamente, não vejo a dita cuja da “polarização” como sendo um mal. Muito pelo contrário. Vejo nela um sinal benfazejo para o amadurecimento político da nossa sociedade.   Explico-me: até pouco tempo atrás, o que tínhamos era uma encenação farsesca de rinhas eleitorais onde não havia uma clara disputa entre projetos de Brasil, ideologias e visões de mundo diferentes, mas apenas e tão somente uma "lutinha ensaiada" entre compadres para disputar cargos públicos entre o que poderíamos chamar de “esquerda”, a “direita da esquerda” e as “forças do atraso”, as agremiações fi

ROUBA, DIZ QUE FEZ, MAS NÃO FEZ NÃO

Ademar de Barros, figuraça carimbada da política brasileira, foi imortalizado em nossa história pela frase: "Adhemar rouba, mas faz".   Tudo começou mais ou menos assim: seu adversário Paulo Duarte, à época, denunciou inúmeros escândalos de corrupção do dito cujo, as famosas “negociatas”, dizendo: "Adhemar rouba”!   Diante das acusações, surgiu a frase "Adhemar rouba, mas faz”. Num primeiro momento, era apenas um slogan extraoficial e, em 1957, foi, de fato, utilizado como slogan de campanha para a prefeitura de São Paulo.   Com o tempo, muitos brasileiros, dos mais diversos rincões, quando iam defender seu candidato corrupto do coração, diziam, com todas as letras: “pois é, Fulano rouba, mas faz”.   Nos anos 90, lembro-me com clareza das inúmeras vezes que muitos de meus amigos marxistas, dos mais variados tons e matizes, diziam, e com razão, que esse tipo de defesa era um absurdo de fio a pavio, absurdo esse que, para a infelicidade geral da nação, refletia muito

LIGANDO OS PONTOS ENTRE OS CONTOS

A qualidade de tudo o que sabemos a respeito de qualquer assunto depende, necessariamente, de uma forte disposição para levantar perguntas adequadamente e de muita paciência para respondê-las.   Se não temos na algibeira da nossa alma nem a primeira, muito menos a segunda, tudo o que sabemos não passará de um amontoado de jargões publicitários e alguns punhados de cacoetes mentais que consumimos de forma conspícua aqui e acolá. Só isso e olhe lá.   Sim, eu sei que muitos olham para a figura de “Loola” e veem nele a imagem de um redentor dos pobres e pai dos desvalidos, mas vejamos: no tempo em que a picanha abundava, o Brasil desfrutava dos juros mais altos do mundo e, junto com isso, a dívida pública Federal mais que dobrou, chegando a módica quantia de R$ 1,69 trilhões.   Bah! Diante desses números, perguntemos: quais foram as consequências desse endividamento em curto, médio e longo prazo? Se formos sinceros, diremos que não sabemos, porém, podemos imaginar uma resposta honesta, não

MUITOS VAGALUMES NÃO ALUMIAM O SERTÃO

O historiador Fernand Braudel, quando viveu aqui em nosso país, disse que foi no Brasil que ele se tornou inteligente. Porque ele disse isso é um causo para outra conversa, num outro momento.   Mas, umas das coisas que ele aprendeu aqui, é que os acontecimentos são similares aos vagalumes que adornam as noites brasileiras: brilham, brilham, como brilham, mas não alumiam nada.   Essa é uma lição preciosa, tendo em vista a atenção desmesurada que muitas vezes damos a um acontecimento isolado, onde o mesmo muitas vezes é tratado pela grande mídia como se tivesse uma importância em si.   Quando passamos a encarar os acontecimentos deste modo, nós acabamos por perder de vista qual é o seu real significado, o seu verdadeiro lugar na trama espinhosa da história. Agora, se abrirmos nossa mente e formos capazes de ligar os pontos, e fazer as perguntas apropriadas, iremos ver o mar sem fim que há para além dos acontecimentos.   Diante disso, reflitamos sobre o seguinte: imaginemos uma pessoa. Nã

O PODER FOFO DAS ANTENINHAS DE VINIL

Em 2018, após a tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro, muitas foram as reações manifestas pelas pessoas que se dizem “esclarecidas”, “empáticas”, “sensíveis” e “do bem” [não de bem].   Tais reações, são um excelente mostruário do estado de espírito que toma conta do coração de muitas pessoas. Sim, um estado onde uma pesada sombra paira sobre o peito, mesmo que suas palavras aveludadas tentem, através de subterfúgios mil, disfarçar o indisfarçável.   Uma dessas reações, que considero muito ilustrativa, era uma que havia sido manifestada, com ares de indignação militante, diante da ausência do então candidato "Jair esfaqueado" nos debates que foram promovidos à época por vários veículos de comunicação. Achavam isso um absurdo, o fim da picada, o espanar da rosca.   Pois é. As pessoas que se consideram um poço cheinho de empatia e sensibilidade ignoravam solenemente que o candidato estava se recuperando de uma facada que o havia deixado com um dreno no abdômen, ligado a uma

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

É sabido de todos que os censuradores, de todos os tempos, nunca tiveram o menor embaraço para calar as vozes que tem a petulância de dizer algumas verdades que esculhambam com suas fantasias políticas.   E é mais do que compreensível que tais figurões sejam assim, tão desinibidos, no exercício de sua tirania, tendo em vista que essa gente sente um prazer dionisíaco quando, do alto de sua vetusta majestade, abusa descaradamente da autoridade que lhe foi investida.   Pois é. Amordaçaram a Jovem Pan e a Brasil Paralelo. A Gazeta do Povo, a Revista Oeste e inúmeros jornalistas e influenciadores digitais receberam também um cala boca e, tudo isso, [dizem] em nome das "instituições". Acusação: de estarem supostamente divulgando “Fake News”.   Lembremos: todos os censores sempre agiram assim. Seja na extinta URSS, seja na finada Alemanha Nazista, a censura era por lá realizada sob justificativas similares. A verdade era chamada de mentira, conspiração e tutti quanti e, para o bem d

OS MIL OLHOS DA VIGILÂNCIA TOTALITÁRIA

Um dos mecanismos de controle mais eficiente que existe é o medo diante das línguas maldizentes. Todo mundo pela-se de medo de acabar recebendo uma saraivada de olhares de reprovação. E o medo paralisa, invariavelmente é mau conselheiro e engessa o nosso discernimento.   Sim, admitamos: a vergonha é um santo remédio. Nos corrige e nos aprimora, desde que tomemos como referência uma tábua de valores sólidos. Porém, o trem muda de figura, tornando-se um instrumento de fragilização da nossa personalidade, e de desfibramento do nosso caráter, quando a referência do embaraço é o vociferar da grande mídia e das multidões, as futricas dos grupinhos de escarnecedores, enfim, quando o parâmetro de certo e errado passa a ser o que os outros irão pensar e dizer a nosso respeito sem saber exatamente quem nós somos.   Quando alimentamos esse tipo de medo em nosso íntimo, estamos literalmente nos permitindo ser guiados e moldados por aquilo que seria a face inconstante e volúvel do moralismo disform

MUITO ALÉM DAS ROUPAS VERMELHAS DO PAPAI NOEL

Um amigo me mandou um trem que ele encontrou em um canto qualquer da internet e pediu minha opinião a respeito do dito cujo.  Ele não tem dó da gente, mas vamos lá.   O trem seria esse: “Acabaram com o 07 de setembro e profanaram o 12 de outubro, no Natal vão querer espancar o Papai Noel só porque ele usa vermelho”. Sejamos francos, a piada não é tão ruim assim, tem seus méritos, mas não chega a ser boazinha. Mesmo assim, procuremos ver o que há para além dos maliciosos risinhos de deboche.   O dia da independência não foi avacalhado por um grupo político, ele foi resgatado pela população que, pela primeira vez, por livre e espontânea vontade, vestiu-se de verde/amarelo e foi para as ruas cantar o hino nacional e rezar. Mas isso escandaliza algumas almas sensíveis, pelo visto.   Quanto ao dia 12 de outubro, o presidente Bolsonaro participou de uma das Missas realizadas na Basílica de Aparecida. Foi ovacionado quando chegou (o que não deveria ter ocorrido, pois não se bate palmas nem pa