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O LABIRINTO DE DÉDALOS E O FIO DE ARIADNE

Ficar à toa na vida, sem se preocupar com nada, de fato é uma delícia. Realmente é muito bom. Porém, viver a vida à toa é uma tremenda perda de tempo e, sejamos francos: viver assim é algo que apenas as almas mais tediosas e insossas apreciam. Apenas almas mortas gostam de passar os seus dias, um atrás do outro, nessa vibe de barranca de rio.   Aliás, passar um e outro momento à toa na vida apenas tem algum sentido, alguma valia, quando estes contrastam com uma vida preenchida com responsabilidades, com a realização de projetos, com o cumprimento de obrigações, com a doação do nosso tempo para realização de algo que seja maior que nosso umbigo.   Por essa razão que a formação das crianças e jovens deveria ter como pedra de toque, a gradativa aquisição de responsabilidades, não a ludicidade perene e pretensamente pedagógica.   Responsabilidades para consigo mesmo, para com a instituição de ensino e, é claro, frente a sua família e a sua comunidade.   Porém, no mundo atual, quando o assu

MUITO ALÉM DE PERPÉTUA E TIETA

Costumamos nos apresentar com as dignidades que consideramos "apropriadas" diante dos demais que, naturalmente, também não deixam de se vestir com as distinções que eles consideram vistosas perante os olhos de todos, inclusive, é claro, dos seus.   É aquele festival de afetação. Não há uma única direção em que não encontramos pessoas honradas, muitíssimo honradas, desavergonhadamente honradas e, por incrível que possa parecer, nunca conseguimos avistar, nem de longe, um único canalha sequer.   Porém, sempre há aquele carcará, ressabiado que só ele, que ao ver tanto bom-mocismo reunido, mais do que depressa percebe que há algo muito estragado nos ares da praça.   Na verdade, ele percebe a obviedade das obviedades: debaixo de tanta pomba, escondido sob muitas camadas de pelos, pele, gordura, carne, tripas e outras vísceras, o que temos é um monte de indignidades que, cada uma ao seu modo, procura ocultar-se com seus mil e um disfarces.   Ao apontar para esse fato, junto com o c

OS GRILHÕES INVISÍVEIS DO ESPELHO NEGRO

Inquietude é o que não nos falta. Uns mais, outros menos, mas todos nós, em alguma medida, sentimos aquele comichão que não nos permite aquietar, um cadinho que seja, para nos desconectar do fluxo contínuo de informações e estímulos que recebemos todo o santo dia, das mais diversas fontes.   Não precisamos consultar um especialista para sabermos que uma vida vivida nesse ritmo não é um troço bom não. É algo praticamente evidente. Somente um tonto acha isso um trem bom barbaridade.   Tão evidente que até os indivíduos que vivem grudados nas redes sociais sabem disso, da mesma forma que um bebum sabe que o álcool consumido de forma desregrada lhe causa grandes malefícios, porém, “sacumé”, mesmo assim a gente não larga o osso.   Indo direto ao ponto, podemos dizer que, de forma similar a situação de um dependente químico, mesmo estando cientes do mal que estamos causando a nós mesmos, não temos consciência do quão grande esse mal é e, por isso, seguimos ziguezagueando com o andor.   E dev

TRÊS GAFANHOTOS PRA LÁ DE ESPERTOS

Percepção, ação e vontade. Aí estão três elementos fundamentais para orientarmos os nossos passos nesta vida que, dia após dia, nos apresenta uma série de obstáculos, perrengues e dificuldades, para não nos acomodarmos em nossa mesmice nem um pouco original.   Como todos nós bem sabemos, é importantíssimo que procuremos observar tudo com zelosa atenção, para podermos perceber com clareza o que está ocorrendo em nosso em torno.   Sim, tal apontamento é tremendamente óbvio, mas, infelizmente, na grande maioria das vezes, antes mesmo de termos alguma percepção clara a respeito de qualquer coisa, nós já temos, prontinho, um pré-julgamento elaborado em nossa cumbuca e, é claro, isso frequentemente, no final, nos arrebenta de verde, amarelo, azul e branco.   Se nossa percepção dos problemas é atravancada por uma série de pré-julgamentos tontos e tortos, consequentemente toda e qualquer ação que procuremos realizar acabará por naufragar, tendo em vista que uma avaliação mal feita de um cenári

ONDE TUDO SE APEQUENA

O fato de uma pessoa rotular os outros de machista, fascista e demais tranqueiras similares, não significa, de maneira alguma, que tais pessoas, que recebem esses rótulos infames, sejam isso ou aquilo, ou tudo isso junto e misturado.   Da mesma forma, uma pessoa que faça isso, com aquela carinha fofa de indignação, não significa, necessariamente, que ela seja uma pessoa melhor do que aquelas que estão sendo rotuladas por ela dessa forma abjeta.   Na real, é bem provável que uma pessoa que se entregue a esse tipo de coisa não seja, nem de longe, uma pessoa minimamente decente.   Ora, uma pessoa com um mínimo de integridade, pensa duas vezes antes de condenar alguém e, sejamos bem claros: rotular qualquer pessoa com um adjetivo vil é literalmente condenar um indivíduo com requintes de sadismo.   E o mais curioso é que, de um modo geral, as pessoas que frequentemente fazem isso são justamente as mesmas que vivem o tempo todo falando em empatia, cultura da paz e tutti quanti.   Pois é. Jus

OS RATOS DO VELHO CASARÃO

Uma das coisas mais difíceis para se aprender nessa vida é dizer o dito cujo do “não”. Saber dizê-lo é uma arte que, se for devidamente aprendida, não apenas nos livrará de inúmeros perrengues, mas também e principalmente, irá nos ajudar a tornarmos a nossa vida, no mínimo, mais proveitosa.   Explico-me: dizer não para os amigos com toda certeza não é uma tarefa fácil, da mesma forma que não é agradável dizer não para um chato de galochas, porém, isso é necessário em muitíssimas situações, para o nosso bem, para o bem deles, para o bem de todos.   Agora, dizer não para os nossos desejos, para as nossas “queredeiras” de momento é difícil, é muito mais difícil e, por isso mesmo, necessário.   Dizer não para nós mesmos é phoda porque somos indulgentes demais para conosco mesmo e, por isso, sempre encontramos aqui e acolá, alguma desculpinha esfarrapada para justificar malandramente um sim para os nossos impulsos impensados.   Sabe aqueles momentos de raiva, empolgação, distração, excitaçã

VOLTANDO OS OLHOS PARA O CÉU

Não existe inquietação que invada nossa alma, que esteja turvando o nosso olhar, que não possa ser dissipada por um minuto de silêncio, seguido de uma oração, da leitura piedosa de um trecho da Sagrada Escritura e, é claro, seguido de mais um cadinho de silêncio.   Definitivamente não há perrengue que resista a isso. É tiro e queda.   Entretanto, é de fundamental importância que tal prática não seja em nossa vida apenas uma medida paliativa, que ocasionalmente seja tomada por nós num momento de desespero. É preciso que nos habituemos a, todo santo dia, em mais de um momento do dia, a nos retirar do alarido da vida para permitir que sejamos tocados pela palavra de Deus no silêncio da nossa consciência.   Lembremos que, habitualmente, procuramos realizar alguma atividade física. Alguns inclusive fazem isso todo santo dia porque sabem que tal hábito faz muito bem para a sua saúde física. Na verdade, tanto para a saúde física como para a mental, como muito bem nos lembra o velho brocardo r