Pular para o conteúdo principal

TRÊS GAFANHOTOS PRA LÁ DE ESPERTOS

Percepção, ação e vontade. Aí estão três elementos fundamentais para orientarmos os nossos passos nesta vida que, dia após dia, nos apresenta uma série de obstáculos, perrengues e dificuldades, para não nos acomodarmos em nossa mesmice nem um pouco original.

 

Como todos nós bem sabemos, é importantíssimo que procuremos observar tudo com zelosa atenção, para podermos perceber com clareza o que está ocorrendo em nosso em torno.

 

Sim, tal apontamento é tremendamente óbvio, mas, infelizmente, na grande maioria das vezes, antes mesmo de termos alguma percepção clara a respeito de qualquer coisa, nós já temos, prontinho, um pré-julgamento elaborado em nossa cumbuca e, é claro, isso frequentemente, no final, nos arrebenta de verde, amarelo, azul e branco.

 

Se nossa percepção dos problemas é atravancada por uma série de pré-julgamentos tontos e tortos, consequentemente toda e qualquer ação que procuremos realizar acabará por naufragar, tendo em vista que uma avaliação mal feita de um cenário, invariavelmente, nos levará a agir num campo de ação falseado.

 

E de tanto levar flechadas dessas nossas olhadelas tortas frente a realidade que, com o tempo, acabamos caindo de cara no chão, juntamente com os nossos planos e sonhos e, deste modo, a nossa força de vontade, que já não era lá essas coisas, acabará por esmorecer e terminará por transformar-se na mais pura má vontade.

 

Por isso, é muito importante que, na medida do possível, procuremos orientar de forma realista e serena as nossas percepções, para que elas possam fundamentar de forma adequada as nossas decisões e, levando tudo isso em conta, quem sabe, com o tempo, nós aprendamos a ser mais humildes frente a complexidade da realidade.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

Inscreva-se [aqui] para receber nossas notificações.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MEIO FORA DE PRUMO

Quando olhamos para o cenário educacional atual, muitos procuram falar da melhora sensível da sua qualidade devido ao aumento no número de instituições de ensino que se fazem presentes. E, de fato, hoje temos mais escolas. Diante disso, lembramos o ressabiado filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que em seu livro “A arte de escrever” nos chama a atenção para o fato de que o número elevado de escolas não é garantia da melhora da educação ofertada às tenras gerações. Às vezes, é um indicador do contrário. Aliás, basta que matutemos um pouco para verificarmos que simplesmente empilhar alunos em salas não garante uma boa formação, da mesma forma que, como nos lembra a professora Inger Enkvist, obrigá-los a frequentar o espaço escolar sem exigir o esforço indispensável para que eles gradativamente amadureçam com a aquisição de responsabilidades — que é o elemento que caracteriza o ato de aprender — é um equívoco sem par que, em breve, apresentará suas desastrosas consequências. Na real, o ba...

NO PARAÍSO OCULTO DAS LETRAS APAGADAS

Paul Johnson, no livro “Inimigos da Sociedade”, afirmava que uma das grandes delícias da vida é poder compartilhar suas ideias e opiniões. Bem, estou a léguas de distância do gabarito do referido historiador, mas posso dizer que, de fato, ele tem toda razão. É muito bom partilhar o pouco que sabemos com pessoas que, muitas vezes, nos são desconhecidas, pessoas que, por sua vez, pouco ou nada sabem a nosso respeito. E essa imensidão de desconhecimento que existe entre autores e leitores deve ser preenchida para que aquilo que está sendo compartilhado possa ser acolhido. Vazio esse que só pode ser preenchido por meio de um sincero e abnegado desejo de conhecer e compreender o que está sendo partilhado e de saber quem seria o autor desse gesto. Para realizarmos essa empreitada, não tem "lesco-lesco": será exigida de nós uma boa dose de paciência, dedicação, desprendimento e amor pela verdade. Bem, é aí que a porca torce o rabo, porque no mundo contemporâneo somos condicionados...

PARA CALÇAR AS VELHAS SANDÁLIAS

Tem gente que fica ansiosa para saber quais serão os ganhadores do Oscar, outros acompanham apaixonadamente os campeonatos futebolísticos; enfim, todos nós, cada um no seu quadrado existencial, queremos saber quem são os melhores entre os melhores em alguma atividade humana que toca o nosso coração. Eu, com minhas idiossincrasias, gosto de, todo ano, saber quem é o vencedor do Nobel de literatura. Não fico, de jeito-maneira, acompanhando as discussões e especulações sobre os nomes que poderão vir a ser laureados, nada disso. Gosto apenas de saber quem recebeu os louros. A razão para isso é muito simples: para mim, ficar sabendo quem é laureado por tão distinto prêmio é um tremendo exercício de humildade porque, na grande maioria das vezes, eu nunca, nunquinha, havia ouvido falar do abençoado, tamanha é minha ignorância. Aliás, se deitarmos nossas vistas na lista dos escritores que foram brindados com esse reconhecimento, veremos que a grande maioria nos são ilustres desconhecidos e ...