Pular para o conteúdo principal

TRÊS GAFANHOTOS PRA LÁ DE ESPERTOS

Percepção, ação e vontade. Aí estão três elementos fundamentais para orientarmos os nossos passos nesta vida que, dia após dia, nos apresenta uma série de obstáculos, perrengues e dificuldades, para não nos acomodarmos em nossa mesmice nem um pouco original.

 

Como todos nós bem sabemos, é importantíssimo que procuremos observar tudo com zelosa atenção, para podermos perceber com clareza o que está ocorrendo em nosso em torno.

 

Sim, tal apontamento é tremendamente óbvio, mas, infelizmente, na grande maioria das vezes, antes mesmo de termos alguma percepção clara a respeito de qualquer coisa, nós já temos, prontinho, um pré-julgamento elaborado em nossa cumbuca e, é claro, isso frequentemente, no final, nos arrebenta de verde, amarelo, azul e branco.

 

Se nossa percepção dos problemas é atravancada por uma série de pré-julgamentos tontos e tortos, consequentemente toda e qualquer ação que procuremos realizar acabará por naufragar, tendo em vista que uma avaliação mal feita de um cenário, invariavelmente, nos levará a agir num campo de ação falseado.

 

E de tanto levar flechadas dessas nossas olhadelas tortas frente a realidade que, com o tempo, acabamos caindo de cara no chão, juntamente com os nossos planos e sonhos e, deste modo, a nossa força de vontade, que já não era lá essas coisas, acabará por esmorecer e terminará por transformar-se na mais pura má vontade.

 

Por isso, é muito importante que, na medida do possível, procuremos orientar de forma realista e serena as nossas percepções, para que elas possam fundamentar de forma adequada as nossas decisões e, levando tudo isso em conta, quem sabe, com o tempo, nós aprendamos a ser mais humildes frente a complexidade da realidade.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

Inscreva-se [aqui] para receber nossas notificações.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #009

Todo orgulhoso se borra de medo da imagem das suas incontáveis imperfeições.   #   Onde não há preferência sincera, há indiferença cínica.   #   Tudo termina tragicamente quando a paciência finda melancolicamente.   #   O impulso de querer racionalizar tudo é o maior inimigo da racionalidade e do bom senso.   #   A verdadeira história da consciência individual começa com a confissão da primeira mentira contada por nós para nós mesmos.   #   Frequentemente somos firmes por pura fraqueza e audaciosos por mera teimosia.   #   Podemos usar as novas tecnologias para sermos reduzidos a uma escravidão abjeta, ou nos servirmos delas para lutarmos para preservar a nossa liberdade interior e a nossa sanidade.   *   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros. https://l...

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #011

A vida sem momentos de recolhimento e silêncio é um convite a uma sucessão de erros.   #   Concentremo-nos no resultado que almejamos atingir, não na desculpa que iremos apresentar caso fracassemos.   #   É mais importante administrar acordos do que ficar tentando nos concentrar na criação de mecanismos para controlar as pessoas.   #   Todo escritor, ou escrevinhador, que quiser namorar a crônica deve ter o coração aberto para amar os momentos fugidios e saber amá-los.   #   Só os histéricos estão faceiros da vida na atual conjuntura em que nos encontramos.   #   Falemos apenas o necessário e o façamos apenas quando, realmente, a nossa fala for indispensável.   #   Lembremos desse velho ensinamento estoico: o que impede a ação pode sempre favorecer a ação, que aquilo que fica no meio do nosso caminho pode tornar-se o nosso caminho.   *   Escrevinhado por Dartagna...

O ABACAXI ESTÁ EM NOSSAS MÃOS

Dia desses, eu estava folheando um velho caderno de anotações, relendo alguns apontamentos feitos há muito tempo, e entre uns rabiscos aqui e uns borrões acolá, eis que me deparo com algumas observações sobre o ensaio "La misión pedagógica de José Ortega y Gasset", de Robert Corrigan. Corrigan faz algumas considerações não a respeito da obra do grande filósofo espanhol, mas sim sobre o professor Ortega y Gasset e sua forma de encarar a vocação professoral. O autor de "La rebelión de las masas" via sua atuação junto à imprensa como uma continuação de suas atividades educacionais, onde apresentava suas ideias, marcava posição frente a temas contemporâneos e, é claro, embrenhava-se em inúmeros entreveros. Ele afirmava que, para realizarmos com maestria a vocação professoral, é necessário que tenhamos nosso coração inclinado para um certo sacrifício heroico, para que se possa realizar algo maior do que nós mesmos: o ato de levar a luz do saber para os corações que se ve...