Pular para o conteúdo principal

VOLTANDO OS OLHOS PARA O CÉU

Não existe inquietação que invada nossa alma, que esteja turvando o nosso olhar, que não possa ser dissipada por um minuto de silêncio, seguido de uma oração, da leitura piedosa de um trecho da Sagrada Escritura e, é claro, seguido de mais um cadinho de silêncio.

 

Definitivamente não há perrengue que resista a isso. É tiro e queda.

 

Entretanto, é de fundamental importância que tal prática não seja em nossa vida apenas uma medida paliativa, que ocasionalmente seja tomada por nós num momento de desespero. É preciso que nos habituemos a, todo santo dia, em mais de um momento do dia, a nos retirar do alarido da vida para permitir que sejamos tocados pela palavra de Deus no silêncio da nossa consciência.

 

Lembremos que, habitualmente, procuramos realizar alguma atividade física. Alguns inclusive fazem isso todo santo dia porque sabem que tal hábito faz muito bem para a sua saúde física. Na verdade, tanto para a saúde física como para a mental, como muito bem nos lembra o velho brocardo romano.

 

Nesse sentido, o silêncio, juntamente com a oração e com a leitura piedosa da Bíblia, são exercícios que, se forem realizados diariamente, fazem um bem tremendo para a nossa saúde espiritual.

 

Sim, essa é uma daquelas obviedades gritantes que todos nós conhecemos e, por essa razão, nós a desdenhamos. E depois não sabemos porque nosso coração encontra-se tão atarantado, não sabemos porque vivemos tão desassossegados.

 

E se esse desdém bobo, estilo birra de criança mimada, já não fosse o suficiente, muitas vezes, para justificar o desdém manifesto por nós frente a vida de oração, apresenta-se, para completar a fiasqueira, aquela resposta clichê, dita por gente que adora fazer pose de “sabido”, onde afirma-se que isso é uma atitude “muito simplista” frente a vida.

 

Não, orar não é uma atitude “simplista”. Nunca foi e nunca será. Abrir nossa alma para o transcendente, voltar o nosso olhar para o mistério da vida, é uma das atitudes mais inteligentes e, por isso mesmo, humilde, que nós podemos tomar em nossa porca vida.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

Inscreva-se [aqui] para receber nossas notificações.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MUITO ALÉM DA CRETINICE DIGITAL

Desconfio sempre de pessoas muito entusiasmadas, da mesma forma que não levo a sério os alarmistas, que fazem uma canja rançosa com qualquer pé de galinha.   Bem, esse não é o caso de Michel Desmurget, doutor em neurociência e autor do livro “A fábrica de cretinos digitais”. Aliás, um baita livro.   No meu entender, essa deveria ser uma leitura obrigatória para pais, professores e, principalmente, para os burocratas e políticos que não se cansam de inventar traquitanas que, hipoteticamente, melhorariam a qualidade da educação.   Não duvido que políticos e burocratas, que se empolgam com toda ordem modismos, estejam cheios de boníssimas intenções, não mesmo. O problema, como todos nós sabemos, é que o inferno está cheio delas.   Enfim, em resumidas contas, a obra de Desmurget nos apresenta estudos, dados, fatos e evidências que demonstram o quão lesivo é para a formação das nossas crianças a exposição precoce e desmedida às telas, da mesma forma que desmitifica inúmer...

UMA ARMADILHA OCULTA EM NOSSO CORAÇÃO

Somos movidos pelo desejo, não temos para onde correr. E esse é um problema que todos nós temos que enfrentar, no íntimo do nosso coração, com as parcas forças do nosso ser.   Diante desse entrevero, Siddhartha Gautama diria que bastaria abdicarmos deles para os problemas se escafederem. Nas suas palavras, desejos seriam como pedras: quanto mais desejamos, mais pesada torna-se a vida.   E ele, em grande medida, está coberto de razão. O ponto é que essa não é uma tarefa tão simples assim. Na verdade, é uma tarefa hercúlea porque, o desejo, não é um mero adereço que usamos e descartamos quando nos dá na ventana. Nada disso.   Ele ocupa um lugar central em nossa vida e, por isso, todos nós temos em nosso âmago um vazio que apenas o absoluto pode preencher. Vazio esse que nos torna um ser sedento por ser. O problema é que não sabemos como fazer isso, nem por onde começar.   Segundo René Girard, o desejo não se manifesta em nós de maneira direta, mas sim, de forma triangu...

NADICA DE NADA

Quanto mais um sujeito fala em liberdade, quanto mais ele acredita ser plenamente livre, “livre da Silva”, mais susceptível ele está a toda ordem de doutrinações e, consequentemente, mais facilmente ele poderá ser subjugado, escravizado, seja por senhores sombrios, seja pelos seus abjetos caprichos.   #   Se tem um negócio que realmente aporrinha é essa conversa toda sobre o poder libertador da cultura. À esquerda vemos a galera falando de cultura como se fosse uma trincheira de luta contra a opressão; à direita tem toda aquela conversa azeda sobre o resgate da alta cultura para salvar a civilização Ocidental. Enfim, apenas pessoas tremendamente incultas tratam a cultura como se fosse uma religião.   #   O igualitarismo é, em sua essência, um veneno terrível, porque quando passamos a tratar a igualdade como critério moral supremo, sem nos darmos conta, acabamos por minar as bases da nossa capacidade de discernir. E isso é uma terrível ameaça, um grande perigo.  ...