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REFLEXÕES INOPORTUNAS (p. 02)

A pressa é inimiga da perfeição, todo mundo sabe disso; mas a inércia covarde, fantasiada de prudência e sofisticação, não é amiga de ninguém e isso, infelizmente, é ignorado por muita gente de alma sebosa.

 

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A soberba precede a queda. E entre ela e a queda há sempre uma grande tragédia.

 

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Todo parasita se considera tão necessário quanto insubstituível, especialmente os sacripantas burocráticos e perdulários.

 

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Fetiche por novas tecnologias não é sinônimo de uma educação de qualidade. É apenas um vício invadindo descaradamente a praia das virtudes.

 

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O maior de todos os erros, que podemos cometer por pura estupidez, é imaginar que estamos imunes a eles só porque temos um diploma na parede e algum dinheiro na conta bancária.

 

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Qualquer um que diga que tudo é relativo, não deveria, por uma questão de princípio, jamais queixar-se [depre]civicamente contra a presença de nenhum político, nem reclamar das picaretagens dos incontáveis canalhas que perambulam por esse mundão de meu Deus, visto que, segundo essas pessoinhas, tudo é relativo, inclusive a falta de caráter.

 

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O relativismo acaba quando o caboclo se rala inteirinho no asfalto e descobre que o ardume dos seus esfolados está pouco se lixando para a relatividade do ponto de vista do caboclo estropiado.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros.

https://lnk.bio/zanela



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