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REFLEXÕES E APONTAMENTOS INOPORTUNOS (p. 05)

As lições mais preciosas que podemos aprender nesta porca vida são ministradas silenciosamente.

 

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Quando estamos diante de um fato, pouco importa qual seja, e somos capaz de ver nele e através dele, as inúmeras camadas de significado, as incontáveis ambiguidades e as várias perspectivas incongruentes, fatalmente terminamos por nos sentir meio que indecisos frente a possibilidade, mesmo que mórbida, de termos de tomar uma posição em relação a eles. E se isso ocorre conosco, é sinal de que não estamos, assim, tão longe de compreender o que seria essa tal de misericórdia.

 

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A cruz pesa sobre o ombro do inocente, para que os culpados tornem-se conscientes de todo o mal que é propagado pelos seus atos inconsequentes; para que nos tornemos cônscios de todo o mal que é esparramado pelos nossos atos imoderados, dissimulados e imprudentes.

 

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Toda pessoa que se esforça para parecer razoável, dificilmente conseguirá compreender realmente o que vem a ser essa tal de misericórdia.

 

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Uma pessoa que quer porque quer parecer razoável, sem dúvida alguma, é um elemento muitíssimo perigoso.

 

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Ao que tudo indica, já podemos chamar de “cosa nostra” aquilo que convencionou-se chamar de república.

 

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As pessoas mais abjetas deste mundo adoram apresentar mil e uma “razões imaginárias” para censurar todas as vozes que ousam, com razão, criticá-las.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros.

https://lnk.bio/zanela



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