Pular para o conteúdo principal

UM GOLPE BEM DADO

Bruce Lee, certa feita havia dito que ele não se impressionava nem um pouco com um homem que, um dia, tenha praticado mil golpes diferentes, mas que ele respeitava profundamente o homem que praticou mil vezes o mesmo golpe.

 

Dito de outro forma, a prática leva-nos à superação e, deste modo, nos aproxima da perfeição. Aliás, como nos adverte a sabedoria dos antigos, essa tal de repetição é a mãe do aprendizado.

 

A repetição é a mãe do aperfeiçoamento do corpo, da mente, da alma e do caráter.


As supostas novidades metodológicas irrefletidas, as pedagogices populistas, que são mecânica e burocraticamente impostas, não o são, apesar de serem ovacionadas como se fossem a salvação da lavoura, com seus números artificiosos e índices mefistofélicos.

 

E por isso mesmo insistimos em lembrar: a repetição é a mãe do aprendizado, não a implementação impensada e constante de toda e qualquer traquitana tecnológica que nos pareça “diferentona”, ou algo que o valha.

 

Não é à toa que, mais uma vez, os doutos em educação, e os burocratas que compram essas ideias furadas, estão equivocados até o tutano e, não é por acaso que os mestres em artes marciais tem muito mais a nos ensinar do que essa turma toda.


Ao repetirmos algo temos a oportunidade de corrigir nossos erros, lapidar nossos modos, aprimorar o nosso estilo, aquilatar o nosso modo de ser e, desdenhar o valor disso tudo é muito perigoso, pois, como nos ensina Confúcio, não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros. Erros piores, bem piores que os primeiros, por serem justificados pela soberba que foi aprendida pela falta de correção.

 

Enfim, por essas e outras que a repetição é mãe, uma boa mãe, já as pedagogices populistas hi-tec, não conseguem nem mesmo ser uma madrasta.


Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “A Bacia de Pilatos”, entre outros ebooks.

https://zanela.blogspot.com/

https://lnk.bio/zanela

 Inscreva-se [aqui] para receber nossas notificações.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #009

Todo orgulhoso se borra de medo da imagem das suas incontáveis imperfeições.   #   Onde não há preferência sincera, há indiferença cínica.   #   Tudo termina tragicamente quando a paciência finda melancolicamente.   #   O impulso de querer racionalizar tudo é o maior inimigo da racionalidade e do bom senso.   #   A verdadeira história da consciência individual começa com a confissão da primeira mentira contada por nós para nós mesmos.   #   Frequentemente somos firmes por pura fraqueza e audaciosos por mera teimosia.   #   Podemos usar as novas tecnologias para sermos reduzidos a uma escravidão abjeta, ou nos servirmos delas para lutarmos para preservar a nossa liberdade interior e a nossa sanidade.   *   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros. https://l...

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #011

A vida sem momentos de recolhimento e silêncio é um convite a uma sucessão de erros.   #   Concentremo-nos no resultado que almejamos atingir, não na desculpa que iremos apresentar caso fracassemos.   #   É mais importante administrar acordos do que ficar tentando nos concentrar na criação de mecanismos para controlar as pessoas.   #   Todo escritor, ou escrevinhador, que quiser namorar a crônica deve ter o coração aberto para amar os momentos fugidios e saber amá-los.   #   Só os histéricos estão faceiros da vida na atual conjuntura em que nos encontramos.   #   Falemos apenas o necessário e o façamos apenas quando, realmente, a nossa fala for indispensável.   #   Lembremos desse velho ensinamento estoico: o que impede a ação pode sempre favorecer a ação, que aquilo que fica no meio do nosso caminho pode tornar-se o nosso caminho.   *   Escrevinhado por Dartagna...

O ABACAXI ESTÁ EM NOSSAS MÃOS

Dia desses, eu estava folheando um velho caderno de anotações, relendo alguns apontamentos feitos há muito tempo, e entre uns rabiscos aqui e uns borrões acolá, eis que me deparo com algumas observações sobre o ensaio "La misión pedagógica de José Ortega y Gasset", de Robert Corrigan. Corrigan faz algumas considerações não a respeito da obra do grande filósofo espanhol, mas sim sobre o professor Ortega y Gasset e sua forma de encarar a vocação professoral. O autor de "La rebelión de las masas" via sua atuação junto à imprensa como uma continuação de suas atividades educacionais, onde apresentava suas ideias, marcava posição frente a temas contemporâneos e, é claro, embrenhava-se em inúmeros entreveros. Ele afirmava que, para realizarmos com maestria a vocação professoral, é necessário que tenhamos nosso coração inclinado para um certo sacrifício heroico, para que se possa realizar algo maior do que nós mesmos: o ato de levar a luz do saber para os corações que se ve...