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OS JUÍZES NADA PENITENTES

Sempre ando acompanhado de um punhado de livros. Dois ou três livros físicos e um punhado de e-books em meu tablet e, outro tanto, no celular. Nas horas livres, se a leitura de um me entedia, me atiro de cabeça nas páginas de outro, sejam elas impressas ou digitais.

 

Seja na fila do banco, na mesa de uma lanchonete, ou na antessala de um consultório, esperando a minha vez, procuro sempre estar bem acompanhado, para poder aproveitar bem o tempo que temos disponível entre uma coisa e outra.

 

Quer dizer, nem sempre tão bem acompanhado assim. Dependendo do autor que tenha em minhas mãos, com certeza estarei em péssima companhia.

 

Não digo isso por maldade. Nada disso. A questão é que o fato de um caboclo ter escrito algo muito...muito bom, não significa, necessariamente, que o dito-cujo seja uma pessoa boa, legal, ou minimamente agradável.

 

Bem, pra ser franco, isso pouco me importa, porque, essas figuras - alguns boníssimos e, outros, realmente desprezíveis - ao menos realizaram algo de bom em suas vidas. No caso, um livro, não é mesmo?

 

Bem diferente da gente, que praticamente não fazemos nada que preste - ou que mereça alguma atenção - e, mesmo assim, condenamos tudo e todos que realizaram algo.


Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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