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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 29)

O pior cego é aquele que tem olhos e apenas vê e crê naquilo que é exibido pela TV.

 

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Somente depois de muito, muito preparo, podemos realizar certas coisas. Por exemplo: só depois de termos concluído uma graduação, finalizado uma especialização, terminado um mestrado e defendido com pompa e circunstância um doutorado, podemos nos sentir devidamente habilitados para emitirmos, histrionicamente, opiniões furadas, acreditarmos em ideias tortas e defendermos ideologias cretinas, como se tudo isso fosse uma lindeza só.

 

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Há pessoas que irão agradecê-lo, com o coração nas mãos, por você ter tentado socorrê-las de alguma maneira, da mesma forma que há indivíduos que nunca irão te perdoar – nunca, nunquinha - por você ter feito algo para ajudá-los.

 

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Procuremos conformar nossas convicções com nossa profissão, não nossa profissão com nossas convicções. Se seguirmos o primeiro caminho, teremos a oportunidade de crescer em espírito e verdade. Se optarmos pela segunda via, estamos nos condenando a naufragar num mar de mediocridade.

 

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Não sei dizer se rir é o melhor remédio, mas, com toda certeza, é um trem pra lá de “bão” para aliviar as dores e angústias que atormentam a nossa alma desassossegada.

 

De mais a mais, como dizia Ariano Suassuna, quem gosta de tristeza é o diabo e, também, gente que vive com a cara amarrada, como se tivesse chupado limão a noite toda, na vã esperança de que alguém, ao ver sua cara de manga chupada, sinta dó e, num gesto de caridade, alivie a sua mimizenta alma fatigada.

 

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Se teu amigo fizer uma cagada, seja ela grande ou pequena, tente não julgá-lo. Mas tente mesmo não fazer isso porque, além de ser uma baita perda de tempo, no frigir dos ovos, isso irá apenas te causar um mal danado e, provavelmente, não fará bem algum a ele.

 

Ao invés disso, tente, na medida do possível, ou muito além dessa medida, ser apenas um bom amigo. Procure ajudá-lo, de verdade, sem nada esperar em troca, nada, nem mesmo um muito obrigado.

 

Um gesto assim, possivelmente, não irá colocar seu amigo cagado no bom caminho, mas, com toda certeza, irá fazer uma grande diferença, tanto na sua como na vida dele.

 

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O medíocre não consegue lidar com mais de um problema ao mesmo tempo. Na verdade, uma única encrenca em sua vidinha banal já é mais do que suficiente para que ele tenha uma crise existencial e fique paranoico, crendo que o fim dos tempos esteja logo ali, dobrando a esquina, junto à avenida central.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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