Pular para o conteúdo principal

SIMÃO BACAMARTE ATACA NOVAMENTE

O dia começa. Os pássaros, de forma ensandecida, colocam-se a cantarolar junto ao arvoredo enquanto nós, calmamente, tomamos em nossas mãos a chaleira com água quente para passar o café.

 

Feito isso, pegamos o nosso aparelho celular e começamos a cutucá-lo para ver quais são as últimas notícias que estão sendo, sem a menor cerimônia, atiradas em nossas ventas através dos grupos do whatsapp, através dos sites noticiosos e demais trambolhos similares.

 

Outros, mais tradicionais, preferem ligar a televisão para acompanhar os eventos do momento sem deixar, é claro, de dar aquela cutucada no dito cujo do aparelhinho.

 

Fazendo isso, todo santo dia, é mais do que natural que sejamos confrontados com algo que nos incomoda. Aliás, sentir-se incomodado com algo é um claro sinal de que estamos “vivinhos da Silva”.

 

Agora, quando sentimos a pulsação alterar, a mão tremer e as palavras tropeçarem ao saírem de nossa boca, simplesmente por causa de uma publicação, isso é um claro sinal de que algo em nós não está legal, para dizer o mínimo.

 

Vejam, todos nós temos lá as nossas predileções e é mais do que natural que elas não coincidam com as predileções de inúmeras outras pessoas e que, por isso, de forma honesta e cordata, seria também apropriado que discutíssemos as nossas diferenças. Aliás, isso é o que se espera de pessoas maduras.

 

Agora, ficar dando chilique de pelancas quando vemos uma notícia sobre esse ou aquele candidato, vamos combinar: é criancice.

 

Pior! As manchetes de algumas notícias já são formatadas, de um modo tal, para que tenhamos esse tipo de reação, como se fôssemos hooligans furiosos aguardando o final da partida para quebrar o pau.

 

Por isso, diante do exposto, se reagimos assim, desse jeito epidérmico e raivoso diante de uma reles notícia, ou de uma modesta crônica, está mais do que na hora de revermos os nossos conceitos e valores e, se for o caso, começarmos a nos tratar.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

Inscreva-se [aqui] para receber nossas notificações.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O ABACAXI ESTÁ EM NOSSAS MÃOS

Dia desses, eu estava folheando um velho caderno de anotações, relendo alguns apontamentos feitos há muito tempo, e entre uns rabiscos aqui e uns borrões acolá, eis que me deparo com algumas observações sobre o ensaio "La misión pedagógica de José Ortega y Gasset", de Robert Corrigan. Corrigan faz algumas considerações não a respeito da obra do grande filósofo espanhol, mas sim sobre o professor Ortega y Gasset e sua forma de encarar a vocação professoral. O autor de "La rebelión de las masas" via sua atuação junto à imprensa como uma continuação de suas atividades educacionais, onde apresentava suas ideias, marcava posição frente a temas contemporâneos e, é claro, embrenhava-se em inúmeros entreveros. Ele afirmava que, para realizarmos com maestria a vocação professoral, é necessário que tenhamos nosso coração inclinado para um certo sacrifício heroico, para que se possa realizar algo maior do que nós mesmos: o ato de levar a luz do saber para os corações que se ve...

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #007

Nada se transforma mais rápido em indiferença do que o horror, quando este se torna cotidiano.   #   A ironia, um dia desses, há de nos redimir, ou terminará de nos achatar.   #   Não tenhamos medo de sermos espezinhados; e, se formos pisados, alegremo-nos, porque as ervas, quando são pisoteadas, se tornam caminho.   #   Quanto mais um sujeito se imagina livre, livre da Silva, mais suscetível a ser doutrinado e subjugado ele está.   #   A conversa mofada sobre cultura não é tanto um sintoma daquilo que poderíamos chamar de “a religião dos ateus”, mas sim um claro indicativo da idolatria dos incultos.   #   Toda paixão igualitária é um veneno, uma peçonha que perverte o sentido crítico de qualquer um até o tutano, por atrofiar na alma do indivíduo a faculdade que nos permite fazer distinções.   #   Um dos primeiros passos rumo ao santuário da sabedoria reside na capacidade de admitirmos que nossas ideias – nossas amadas e idolat...

QUANDO O CALDO ENTORNA

Prudência e canja de galinha, como nos ensina o velho ditado, nunca fizeram mal a ninguém. Agora, a falta da primeira tem feito um estrago danado na vida de muita gente. Os antigos nos ensinam que a prudência é a mãe de todas as virtudes, porque ela nos convida a arrancar nossas ações do guiamento das sombras da ignorância para que possam ser alumiadas e orientadas pelas labaredas da sabedoria. E sabedoria não é, de maneira nenhuma, aquela coleção de colóquios aguados que encantam e iludem muitos, sem incomodar ninguém. Sabedoria, antes de qualquer coisa, é o cultivo amoroso pela procura da verdade, onde quer que ela esteja, para que possamos conhecê-la e, conhecendo-a, permitir que ela redima nossos equívocos passados através das nossas decisões no momento presente, projetando, desse modo, uma nova orientação para as nossas escolhas futuras. Por essa razão, ela jamais será um conjunto de frases insossas, reverberadas por pessoas ocas, cheias de presunção e ornadas com títulos toscos e...