Pular para o conteúdo principal

MUITO ALÉM DO MUNDO DA LUA

Somos nós que dirigimos o nosso olhar, tendo em vista que o foco da nossa atenção, em última instância, depende exclusivamente da direção que iremos dar a ela.

 

Para que a nossa capacidade de concentração seja ampliada gradativamente, é imprescindível que procuremos cultivar um profundo senso de responsabilidade.

 

Quando nos sentimos plenamente responsáveis por tudo aquilo que fazemos, principalmente pelas pequenas tarefas que compõem o nosso dia a dia, acabamos nos tornando pessoas mais presentes. Realmente presentes.

 

Como todos nós sabemos, não são poucas as ocasiões em que, como dizem os populares, estamos apenas de corpo presente e, assim ficamos, porque nossa atenção encontra-se a léguas de distância, dispersa em meio a pensamentos soltos e devaneios tolos.

 

E se muitas vezes estamos com nossa cabeça, com nossa mente e consciência, para muito além do mundo da lua, é porque, infelizmente, nos comprometemos com pouquíssimas coisas aqui na terra.

 

Quando nos comprometemos com algo, compreendemos claramente quais são as consequências que irão cair sobre nossos ombros, caso não nos façamos presentes às nossas obrigações.

 

Quando agimos de forma descompromissada, com tudo e com todos, nem nos damos conta do que deixamos de fazer, nem das consequências que estão por vir, nem daquilo que poderíamos ter feito, tamanho é o grau de alienação que impera numa alma de atenção debilitada como a nossa.

 

[CADINHO DE PROSA # 22/08/2022]

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

Inscreva-se [aqui] para receber nossas notificações.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O ABACAXI ESTÁ EM NOSSAS MÃOS

Dia desses, eu estava folheando um velho caderno de anotações, relendo alguns apontamentos feitos há muito tempo, e entre uns rabiscos aqui e uns borrões acolá, eis que me deparo com algumas observações sobre o ensaio "La misión pedagógica de José Ortega y Gasset", de Robert Corrigan. Corrigan faz algumas considerações não a respeito da obra do grande filósofo espanhol, mas sim sobre o professor Ortega y Gasset e sua forma de encarar a vocação professoral. O autor de "La rebelión de las masas" via sua atuação junto à imprensa como uma continuação de suas atividades educacionais, onde apresentava suas ideias, marcava posição frente a temas contemporâneos e, é claro, embrenhava-se em inúmeros entreveros. Ele afirmava que, para realizarmos com maestria a vocação professoral, é necessário que tenhamos nosso coração inclinado para um certo sacrifício heroico, para que se possa realizar algo maior do que nós mesmos: o ato de levar a luz do saber para os corações que se ve...

NÃO IGNOREMOS OS OMBROS DOS TITÃS

Nós não somos apenas os caminhos que percorremos, os tropeços que damos, as circunstâncias que vivemos. Somos também e, principalmente, o modo como encaramos os nossos descaminhos, a forma como enfrentamos nossas desventuras, a maneira como abraçamos o conjunto desconjuntado da nossa vida. Como nos ensina Ortega y Gasset, é isso que somos; e se não salvamos as nossas circunstâncias, estamos condenando a nós mesmos.   Dito de outro modo, podemos olhar para nossa sombra e lamentar a nossa diminuta condição ou, em vez disso, podemos nos perguntar, de forma resoluta, o que podemos fazer de significativo com o pouco que temos e com o nada que somos.   Para responder a essa espinhosa pergunta, mais do que inteligência e sagacidade, é preciso que tenhamos uma profícua imaginação, tendo em vista que pouco poderá ser compreendido se nossa imaginação for anêmica.   Lembremos: nada pode ser acessado pela nossa compreensão sem que antes tenha sido devidamente formulado pe...

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #007

Nada se transforma mais rápido em indiferença do que o horror, quando este se torna cotidiano.   #   A ironia, um dia desses, há de nos redimir, ou terminará de nos achatar.   #   Não tenhamos medo de sermos espezinhados; e, se formos pisados, alegremo-nos, porque as ervas, quando são pisoteadas, se tornam caminho.   #   Quanto mais um sujeito se imagina livre, livre da Silva, mais suscetível a ser doutrinado e subjugado ele está.   #   A conversa mofada sobre cultura não é tanto um sintoma daquilo que poderíamos chamar de “a religião dos ateus”, mas sim um claro indicativo da idolatria dos incultos.   #   Toda paixão igualitária é um veneno, uma peçonha que perverte o sentido crítico de qualquer um até o tutano, por atrofiar na alma do indivíduo a faculdade que nos permite fazer distinções.   #   Um dos primeiros passos rumo ao santuário da sabedoria reside na capacidade de admitirmos que nossas ideias – nossas amadas e idolat...