Ficamos, algumas vezes, impressionados com o número de indivíduos que não são capazes de se controlar, de governar os seus próprios atos.
Após realizar uma traquinagem, ou algo similar, muitas pessoas justificam a travessura dizendo que não sabiam o que estavam fazendo e, por isso, não teriam culpa de nada. Ou seja: elas creem que não são responsáveis por aquilo que elas mesmas fizeram.
Bem, isso ocorre, em grande medida, porque as pessoas – eu, você, todos nós – governamos - ou desgovernamos - os nossos atos por intermédio dos nossos pensamentos, das ideias que pululam em nossa mente.
É por meio deles, dos nossos pensamentos e ideias, que deliberamos tudo aquilo que consideramos apropriado, justo e desejável e, por meio dos mesmos, justificamos nossas ações quando aquilo que almejávamos fazer não saiu conforme o esperado, ou deveria dizer, de acordo com aquilo que havíamos pensado.
E, para a tristeza de todos, as ideias que mais corrompem o pensamento dos indivíduos e, consequentemente, pervertem as suas ações são aquelas que, de maneiras sofisticadas ou cafonas, afirmam que a culpa não existiria e que ela seria apenas uma invenção careta criada para nos controlar.
Ora, uma pessoa desprovida de culpa é, no mínimo, um sujeito com uma consciência deformada e que, por essa razão, jamais será capaz de fazer algo bom e, obviamente, nunca irá admitir a responsabilidade por tudo de ruim que ele fizer porque, no seu pensamento, a ideia reinante é que a culpa seria um mecanismo cruel criado para oprimi-lo, não para corrigí-lo.
E o pior é que não são poucas as pessoas que pensam e vivem nesse troteado torto. Também, não é à toa, nem por acaso, que todo aquele de fala criticamente em libertação das culpas, na maioria das vezes, não passa de tiranete mal disfarçado.
[CADINHO DE PROSA # 20/08/2022]
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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