Pular para o conteúdo principal

O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

  

Todos temos um caminho particular

Para pé por pé, devagarinho, trilhar

Rumo a velha cidade de Damasco

E, bem no meio da nossa viagem,

 

Cair do cavalo e ficar em cacos

E vermos ao longe, não uma miragem,

Mas a presença viva da Verdade

Que por nós se fez sangue e carne.

 

Presença que pergunta calmamente

Para a nossa vil carcaça caída,

Estropiada, arrogante e displicente

Porque ainda vivemos de forma fingida,

 

Perseguindo-O, sem trégua, noite e dia,

Ao invés de acolhê-Lo em nossa vida

Para que Ele liberte-nos realmente

Dos grilhões que nos prendem

 

Que ferem nosso coração pesado

Que torturam nossa desordenada mente

Fazendo-nos carregar o terrível fardo

De nossos incontáveis pecados

 

Que praticamos diariamente

Ignorando que Aquele que se apresenta

No meio do caminho, de forma estupenda

Foi torturado e morto injustamente

 

Para nos resgatar da nossa vil condição,

Para nos Salvar da nossa degradação

Fruto das nossas escolhas que fomentam

Uma sucessão de tombos e tormentos.

 

Dartagnan da Silva Zanela, 16/01/2022

Nosso site: https://sites.google.com/view/zanela




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A GRANDE LIÇÃO ENSINADA PELOS PEQUENINOS

Gosto de me reclinar no sofá, ficar olhando para o nada e nada fazer, nada pensar. Quando faço isso, ouço o som de passos miúdos vindo em minha direção e, do nada, eis que um serzinho atira-se sobre mim, cheira-me obsessivamente, reclina-se no meu colo e acomoda o seu queixo sobre o braço da poltrona. Esse era o Aang. Não o avatar, o último dominador do ar, do desenho animado. Era apenas o nosso cão. Quando fomos pegá-lo, ainda filhotinho, havia uma ninhada. Minha filha ficou encantada. Queria todos, mas, por certo e por óbvio, não tinha como. Aí, um deles, todo branquinho, com algumas manchas marrons, veio na sua direção. Ela estava sentada sobre os seus calcanhares; ele se aproximou e pôs-se a lamber a sua mão. Seus olhos cintilavam. “É esse! É esse! Ele me escolheu!” E sentenciou: “Você vai se chamar Aang”. E assim foi. As travessuras e estripulias que esse doguinho aprontava desde que chegou não estão no gibi. Se fosse contá-las, uma por uma, essa crônica não terminaria tão cedo. E...

AS MÁSCARAS DOS VELHOS CARNAVAIS

O escritor argentino Ernesto Sábato, em seu livro “Heterodoxia”, dizia que falar mal da filosofia é, inevitavelmente, também fazer filosofia. Mas má filosofia. Também podemos afirmar que ficar tecendo mil e um elogios à filosofia, e à vida intelectual, não é, nem de longe, uma atitude digna de um postulante a filósofo.   Esses dois personagens, de certa forma, são figuras típicas do nosso tempo, onde todos nós vivemos atolados até os gorgomilos com informações de toda ordem e dos mais variados níveis de credibilidade e valia.   O primeiro, de um modo geral, se ufana de ser uma pessoa prática, formatada pela rotina, devidamente esquadrinhada pelas expectativas que são apresentadas pela sociedade e estimuladas pela grande mídia e pelos círculos de escarnecedores digitais.   O segundo, por sua vez, é muitíssimo semelhante ao primeiro, porém, não quer, de jeito-maneira, se sentir semelhante a ele. Nada disso. O abençoado quer parecer melhor, sem o sê-lo; quer porque quer exal...

O ULTRAJE DA RETINA

Certa feita, Roland Barthes havia dito que, no século XXI, os analfabetos não seriam apenas aqueles que não sabem ler, nem escrever, mas todo aquele que não sabe ler, escrever e interpretar imagens. Não apenas porque vivemos num mundo onde os canais de televisão, e as mídias digitais, estão praticamente presentes em todos os cantos e recantos da nossa vida (e, sem o menor recato, procuram emoldurar a nossa percepção dos acontecimentos), mas também, porque toda informação comunicada é formatada a partir de uma trama de intenções.   Intenções essas que, muitas vezes, desconhecemos; outras tantas, ignoramos e, em alguns casos, comungamos. Nos dois primeiros, cedo ou tarde, podemos corrigir nosso entendimento, quando procuramos nos nutrir com outras informações que podem ser contrapostas às primeiras, fazendo saltar, diante dos nossos olhos, as suas contradições.   Agora, quanto ao terceiro, esse é um trem pra lá de danado, porque, quando comungamos de algo, consciente ou não dos ...