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A INSUSTENTÁVEL LEVIANDADE DO SER

“Nós fizemos tudo o que podíamos”. Essa frase, de teor lazarento, frequentemente dita por nós, quando estamos cara a cara com uma derrota, oculta com suas letras um punhado de fraquezas nossas.   Qualquer empreitada que nos propomos realizar, deve, necessariamente, ser feita não apenas tendo em mente a obtenção de uma vitória cabal. Nada disso. Elas devem ser sempre realizadas até o fim, doa a quem doer, mesmo que o fracasso pareça inevitável.   Se pararmos para refletir um pouco a respeito, iremos constatar que, no correr de nossa vida, nós acabamos obtendo mais fracassos que realizações; e veremos, inclusive, que aqueles indivíduos que são tidos como vencedores, em tudo na vida, não são diferentes de nós nesse quesito.   E se todos nós temos em nossa conta vital mais fracassos que êxitos, o que então diferencia os vencedores dos demais mortais? É que essas pessoas veem, em cada pancada que a vida lhes dá, uma preciosa lição que deve ser aprendida e assimilada.   Sim, eu sei, todo mun

MUITO ALÉM DAS QUATRO LINHAS

Não entendo nada de futebol, não aprecio o referido esporte e, por isso mesmo, não tenho time do coração, nem sofro pela seleção.   Não digo isso para contar vantagem. Não mesmo. Para ser franco, gostaria muito de compartilhar das mesmas emoções que muitos dos meus amigos externam quando falam do assunto, mas, infelizmente, não consigo. Sou, definitivamente, um caso perdido.   Porém, frente a Copa do Qatar, duas imagens me chamaram a atenção. Duas. Uma era a do técnico da seleção japonesa curvando-se, diante da torcida, em sinal de reverência, após a derrota do seu time.   Antes disso, ele cumprimentou cada um dos jogadores, com altivez, tal qual um líder após o fim de uma dura batalha, dizendo aos seus: “foi uma honra lutar ao seu lado”. Na verdade não sei o que o técnico disse a cada um dos jogadores, mas imagino que teria sido algo mais ou menos assim. Enfim, uma cena linda de se ver.   A outra imagem foi uma foto do técnico da seleção da Croácia, durante o jogo em que o Brasil foi

DO ORDINÁRIO AO EXTRAORDINÁRIO

Quando identificamos o nosso cantinho existencial, nós acabamos dando de cara com o nosso dever fundamental e, sem querer querendo, descobrimos para que fomos talhados.   O problema é que muitas e muitas vezes, nós não queremos tomar conhecimento desse trem porque acreditamos, piamente, que nós podemos realizar o que nos der na telha e que tá tudo bem, porque ninguém pode nos dizer o que fazer, não é mesmo?   E que a verdade seja dita: sim, nós podemos fazer o que bem entendermos, mas isso não significa que será bem feito, que será realizado com genuína bondade e, principalmente, ao final nós teremos que arcar com as consequências das nossas decisões fora de prumo.   E o angu fica mais encaroçado ainda quando acreditamos que o nosso dever fundamental, a tal da nossa vocação, seria algo que nós amamos fazer, que nos dá prazer, coceirinha e tal.   É óbvio que não há nada de errado em sentirmos satisfação naquilo que fazemos. O problema está em querermos identificar o dever fundamental da

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 23)

Quando estamos envolvidos em uma disputa política, com todos os conflitos que lhe cabem, nós não medimos esforços para nos destruir uns aos outros. É um trem lindo - e doido - de se ver.   Agora, quando estamos entregues ao remanso das banalidades nossas de cada dia, acabamos por nos empenhar pacas para destruirmos a nós mesmos, de fio a pavio, por inteiro. Bah! Que bosta.   #   #   #   Não precisamos de um monte de equipamentos modernosos para sermos civilizados. Mas conseguimos, com muita facilidade, nos bestializar estando munidos com um punhado desses modernosos equipamentos que tanto idolatramos.   #   #   #   Se não sabemos conversar com alguém, olhando bem nos seus olhos, sem sermos agressivos, nós estamos, literalmente, mais próximos da barbárie do que podemos imaginar.   #   #   #   É muito perigoso quando um grupo, maquiavelicamente, passa a rotular a torto e a direito, todos aqueles que não rezam de acordo com a cartilha do seu credo ideológico, que não caminham conforme a s

O QUE DE FATO É

Há mais ou menos 22 anos atrás, Al Gore, então candidato Democrata à presidência dos Estados Unidos, havia perdido o pleito para o Republicano George W. Bush.   Fim de jogo? Não senhor. O jogo continuou, tendo em vista que Al Gore pediu a tal da recontagem dos votos das urnas do Estado da Flórida.   O candidato do Partido Democrata tentou, tentou, tentou, mas, ao final, não conseguiu provar o seu ponto.   Frente a essa reminiscência, pergunto: Al Gore estava agindo como um golpista? Ninguém na época disse isso e, imagino, ninguém pensou algo assim.   Ele estava promovendo ataques contra as instituições democráticas? Também não. Nenhuma palavrinha foi ventilada por ninguém nesse sentido.   Espere aí! Ele estava agindo feito um fascista para solapar o Estado Democrático de Direito e implantar uma ditadura? Não cara pálida. Nenhuma linha escrita na época apontou para essa direção.   E por que não? Simplesmente porque ele estava apenas questionando o resultado das eleições e, por isso, ped

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 22)

Quem trabalha motivado unicamente pelo dinheiro que pode ser ganho, ou pelo prestígio que pode ser conquistado, está ralado. Qualquer um que dedique a sua vida fundamentalmente à procura desses bens, que o tempo facilmente desfaz, não passa de um tonto infeliz que, ao final, não possuirá nada, ou menos que isso, apesar de ter conquistado tudo.   #   #   #   Há muitos caboclos que afirmam que são pessoas de princípios, não de opiniões. O problema é que muitas vezes aquilo que esses caiporas, bem intencionados, chamam de princípios, não passa de um punhadinho de opiniões, superficiais e infundadas, como qualquer opinião.   #   #   #   O tempo que gastamos para formular uma opinião corresponde ao valor que ela realmente tem. Por isso, se formos realmente sinceros conosco mesmo, iremos reconhecer que a maioria absoluta das nossas amadas e idolatradas opiniões, na real, não valem nem um peido sequer. Nem unzinho.   #   #   #   Já reparou que, muitíssimas vezes, logo após termos ouvido a cha

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 21)

O bocó de mola, geralmente, se orgulha da sua ignorância, chamando-a de “sua opinião crítica”. Já aquele que não o é, sabe que sua ignorância é grande e, por isso, se esforça pra caramba, todo dia, para corrigir-se e não passar tanta vergonha, como se fosse um bocó de mola.   #   #   #   A consciência individual é o olhar divino que nos habita, por isso, relativizar o papel da mesma na condução da nossa vida é o primeiro passo para mergulharmos de cabeça na soberba negação da autoridade de Deus.   #   #   #   Mantenha a disciplina seu animal, tenha um mínimo de rotina nessa sua vidinha sem sal. Isso não vai te fazer mal algum. Agora, essa sua preguiça rabugenta, faz, como faz.   #   #   #   Pare de ficar arrumando desculpas furadas para sua vidinha de merda. Pare com isso e comece a procurar soluções para as merdas que você não se cansa de fazer com a sua vida, seu arigó de teta.   #   #   #   Arrombar as garantias constitucionais não faz de um togado um baluarte da defesa das institui