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REFLEXÕES [DEPRE]CÍVICAS

Período eleitoral é um momento em que todos devemos refletir não apenas sobre os rumos que o nosso município poderá tomar, mas também, a respeito da forma como nós contribuímos, em nosso dia a dia, para que bons ventos soprem em favor do mesmo.   #   #   #   A vida política não se restringe ao ano eleitoral, muito menos a ocupação de um cargo eletivo.   #   #   #   Uma das frases mais cínicas que um indivíduo pode dizer a respeito das lides e tretas políticas é essa: “eu não dependo de político”.   #   #   #   Sem dúvida alguma, a maioria dos problemas humanos não são resolvidos por meios políticos, mas isso não significa que ignorar a vida política seja um caminho apropriado.   #   #   #   As emoções fortes muitas e muitas vezes tomam conta de uma disputa eleitoral e, por isso mesmo, é de fundamental importância que saibamos vivê-las e, principalmente, que sejamos capazes de, na hora certa, nos distanciar delas, para bem refletir sobre a decisão que iremos tomar no momento de sufragar

PARA SUPERARMOS A COERÊNCIA DAS INCERTEZAS

Seja no bar ou na barbearia, na rua ou na fazenda, ou mesmo numa modesta casinha de sapê, nós iremos, com toda certeza, encontrar brasileiros, praticantes ou não, batendo no peito e dizendo que são pessoas de princípios, defensoras da moral, dos bons costumes e que, por isso, se consideram pessoas boníssimas (do bem ou de bem) e que, por essa razão, dizem não apenas se preocupar com o futuro da nação, mas também e principalmente, afirmam que nunca deixam os seus chinelos virados pois, como todos nós sabemos, quem os deixa assim, boa pessoa não é.   Na verdade e na real, todos nós, sejamos de direita, esquerda ou isentões criados na base do leite com pera, declaramos para Deus e todo mundo que somos pessoas de valores e, inclusive, numa boa conversa junto à uma mesa de bar, somos capazes de enumerar uma penca deles e de explica-los, tintim por tintim, não é mesmo? É claro que sim.   O problema é que todos nós, em alguma medida, ao mesmo tempo que proclamamos crer em um determinado conju

COM A ALMA PARTIDA EM MIL PEDAÇOS

Há um belíssimo ensaio de Ortega y Gasset intitulado “No ser hombre de partido”, onde o mesmo apresenta-nos uma longa reflexão sobre a tomada de posição em relação às contendas políticas que tomam conta da vida nas sociedades contemporâneas. Como todos nós muito bem sabemos, não existe essa história de não tomar partido e isso vale, principalmente, para a turma que prefere colocar-se em uma torre de marfim, toda limpinha, acima do bem e do mal, muito além das disputas e picuinhas da direita e da esquerda; pessoas essas que se consideram isentas, prudentes e muitíssimo sofisticadas e que, de forma muito ladina, querem apenas e tão somente, se possível for, tirar o máximo de vantagem de qualquer time que venha a encilhar sua cela política na égua baia do poder estatal. Se nos portamos desse modo não estamos, de modo algum, agindo por princípios, nada disso. Estamos apenas elevando, a categoria de princípios, os nossos interesses tacanhos e imediatistas, disfarçando-os com as plumas e pae

AO LÍDER, COM CARINHO

William Shakespeare, em sua peça “A Tempestade”, nos ensina que qualquer um é capaz de navegar na calmaria com uma boa embarcação porque, com bom tempo, a nau flui tranquilamente sobre as águas do mar da vida. Agora, os bons timoneiros realmente são testados e reconhecidos quando estão comandando uma caravela caindo aos pedaços em meio a uma tormenta que aparenta não ter fim. Aí, meu amigo, o babado é quente e, por certo e por óbvio, não é pra qualquer um.   Liderar não é, nunca foi e, como já dá pra imaginar, jamais será uma tarefa fácil; e quem diz o contrário, ou não sabe o que diz, ou simplesmente é mal-intencionado. Ou as duas coisas, juntas e misturadas, tendo em vista que a ignorância, sempre foi e sempre será, uma parceira inseparável da malícia.   Estar à frente de uma instituição de ensino nestes tempos turbulentos, junto ao chão cru de um colégio, literalmente é como estar em um encouraçado que se encontra em situação suplicante. Todos sabemos disso, apesar dos burocratas da

AS INCERTEZAS E AS LINDEZAS DO JOGO DO PODER

Vidas em jogo. Sim senhor, esse seria um nome bem mais apropriado para um pleito eleitoral. De tempos em tempos, com hora e data marcada, a galera se reúne para fazer suas apostas quanto ao futuro da pólis. Em se falando nisso, lembro que, certa feita, Millôr Fernandes havia dito (escrito) que viver seria como desenhar sem borracha. Adoro essa frase do Millôr. Penso que não há analogia melhor que essa para meditarmos sobre nossas venturas e desventuras em série que são vividas por nós em nossa caminhada por esse mundão de Deus. Além dessa analogia, podemos também comparar a nossa vida - e um pleito eleitoral - com uma partida de xadrez. Aliás, essa comparação é profundamente apropriada, tendo em vista que o tabuleiro do referido jogo, com suas peças pretas e brancas, é uma Mandala tradicional e, enquanto tal, é um retrato simbólico da alma humana e das múltiplas possibilidades que são delineadas pelos dilemas e desafios que nos são apresentados pela vida, como bem nos ensina Titus Burc

MEDITAÇÕES SUPOSTAMENTE QUIXOTESCAS

As futuras gerações do nosso triste país merecem muito mais do que um punhadinho de promessas vazias com bolor de retrocesso. Talvez a nossa geração mereça isso, mas os inocentes não merecem não.   #   #   #   O temor ao ridículo é o licor amargo que mata, lentamente, a raiz do espírito cívico.   #   #   #   O amor ao ridículo substitui, de forma caricata, a virtude da coragem nas pessoas de alma leviana e de coração gelatinoso.   #   #   #   Os espetáculos grotescos fazem parte da vida política, mas a política não pode ser confundida com um grotesco espetáculo.   #   #   #   Somente as almas sebosas sentem-se engolfadas pelo tédio.   #   #   #   Nada nesta vida é permanente, nem mesmo essa nossa pretensão de acharmos que podemos controlar tudo e todos.   #   #   #   A vida é breve demais para termos medo de errar; ela é muito curta para não querermos nos esmerar na realização daquilo que é certo.                                  *   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - profess

PLANOS FURADOS PARA OS DESERTOS DA LUA

Todas as cidades brasileiras, cada uma com sua especificidade, têm inúmeras histórias pitorescas para contar quando o assunto são eleições municipais. Algumas, inclusive, acabam entrando para o “folclore” local, outras tantas, para os anais da história.   Historietas à parte, podemos dizer que um elemento que frequentemente é apresentado aos cidadãos, como ares de comédia bufa, são os tais “planos de governo”. Sim senhor! Eles mesmos. Planos que, de quatro em quatro anos, são deixados na porta da casa dos eleitores, ou jogados na rua mesmo, para que as pessoas tenham a oportunidade ímpar de conhecer as pretensões cívicas dos postulantes ao cargo de Prefeito.   Em termos gráficos, o material até que é bem vistoso, independente de quem seja o abençoado do candidato, pouco importando qual seja a municipalidade.   De um modo geral, os tais “planos” têm a forma de uma revista, impressa em papel de boa qualidade, com muitas cores, inúmeras fotos e tudo aquilo que, se o cabra for eleito (ou r