Um dos traços degradantes da sociedade atual é a confusão que se estabeleceu entre a categoria da qualidade e a da quantidade. Tal inversão, ao seu modo, turva significativamente a nossa percepção e corrompe os juízos da nossa consciência, como bem nos adverte René Guénon, em seu livro “El reino de la cantidad y los signos de los tiempos”. Sim, eu sei, todos sabem que tal constatação, de certa forma, é óbvia, mas vejamos o quão grave ela é. O que vale mais: uma tonelada de algodão ou uma onça de ouro? O que seria melhor: mil indivíduos decentes ou uma pessoa misericordiosa? O quantificável ou o qualitativo? Essa é a corrupção da consciência apontada por Guénon. Não há dúvida de que muitas facetas da vida devem ser avaliadas de forma quantitativa, porém, como bem nos lembra Gustavo Corção, esses são aspectos secundários da existência. Os mais importantes, os centrais, não podem ser meramente quantificados. Fazer isso seria uma mutilação medonha. Um bom exemplo disso ...