Pular para o conteúdo principal

PARA MINHA AMADA MORENA

Todo mês de novembro

Na alvorada do dia sete

Com os olhos marejados

De contentamento

Fico a matutar, agradecido,

Diante do raiar nascente

Que se coloca a alumiar

Meu envelhecido sorriso

Enquanto contemplo os céus

De hoje e de sempre

Que foi nessa data

[Nela, justamente,]

Que a muitas primaveras passadas

Nasceu aquela linda menina

Morena e pequenina

Que um dia se fez senhora

E arrebatou meu coração

Desarmando-o com seu sorriso

Enredando-me nos firmes laços

Armados e bem firmados

Bem juntinhos dos átrios

Dos nossos corações enamorados

Que primavera após primavera

Permanecem e permanecerão

Para além do crepúsculo dos tempos

Juntos, ardentemente apaixonado,

Tal qual no primeiro momento

Em que nossos olhares

Pela primeira vez

Se tocaram.


Por Dartagnan da Silva Zanela

07 de novembro de 2024.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NA BEIRA DO ABISMO

O escritor Isaac Asimov, como todos nós sabemos, tem uma vastíssima obra. De todas elas, há uma que considero fascinante por ser tremendamente significativa. Refiro-me, especificamente, ao conto “A sensação de poder”, escrito na década de 50 que, em resumidas contas, apresenta-nos a imagem de um futuro nada alvissareiro, onde a humanidade torna-se absurdamente dependente dos computadores, chegando ao ponto de não mais sermos capazes de realizar operações elementares de aritmética, de desenvolver raciocínios básicos sem o auxílio das traquitanas informáticas.   Hoje, todos nós, cada um ao seu modo, encontramo-nos rodeados de parafernálias desse naipe que não apenas resolvem para nós, de forma rápida, praticamente instantânea, cálculos matemáticos, mas também, realizam pesquisas para nós, nos guiam pelas estradas, corrigem nossos erros, alimentam nossos desejos por banalidades e, tudo isso, ao mero toque de um dedo numa tela lisa e fria feito um lâmina de gelo.   Não há como negar que ta

ENTRE ROCINANTE E A EGUINHA POCOTÓ

Com seu típico sarcasmo, Paulo Francis dizia que o jornalismo é a segunda profissão mais antiga do mundo. A primeira, segundo a galhofa popular, todos sabem qual é. Francis também dizia hiperbolicamente que, em matéria de exatidão, nem ao menos na data dos jornais se poderia confiar, sendo oportuno procurar um calendário para confirmá-la.   Em sintonia com essas cáusticas palavras, podemos evocar um trecho da canção “Cowboy fora-da-lei”, de Raul Seixas, que diz que “eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz”.   Exageros exuberantes à parte, sempre foi e sempre será sinal de prudência, nutrir em relação aos meios de comunicação de um modo geral e, frente a grande mídia de maneira especial, uma boa dose de desconfiança. Não uma suspeita sisuda, cheia de pachorra, nada disso. Refiro-me àquela dúvida salutar que procura dar tempo ao tempo, ciente de que a verdade, como nos ensina Santo Tomás de Aquino, é filha do tempo, e ela não tem pressa, não usa whatsapp, nem tem contrato

ENTRE PONTOS E BORDADOS MAL FEITOS

Não somos tão bons quanto imaginamos, nem tão ruins quanto pensamos.   #   #   #   Não adianta exigir coerência de quem acredita que interesses escusos seriam a mesma coisa que princípios de elevado valor.   #   #   #   Há pessoas de valor, existem sujeitos que tem preço, há indivíduos que não valem nada e caboclos que não tem valor nenhum.   #   #   #   A indiferença não mata, mas achata e quase chega lá.   #   #   #   Na tentativa de compreender um milagre, frequentemente somos tocados pela Graça e acabamos reencontrando a fé.   #   #   #   Lobato dizia que um país se faz com homens e livros. Nesse sentido, o Brasil, nosso amado Brasil, que praticamente não tem leitores, o que seria?   #   #   #   Pior que uma pessoa que despreza a cultura é aquela que, de forma afetada, diz amá-la, mas não ama nada.   *   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros. https://lnk.bio/zanela