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QUASE POESIA (p. 05)

# 028

 

Nunca se apaga a luz da verdade.

Somos nós que cerramos as vistas

Para que ela não nos faça visitas

Com a candura da sua bondade

Em nossa pobre alma aflita.

 

# 029

 

Toda paciência se esgota

Quando o amor-próprio vem

E, sem dó, a sufoca.

 

# 030

 

A cerejeira da velha praça

Quanto tem as suas flores

Pela brisa de leve tocadas

Inflamam todos os amores

Com as fragrâncias exaladas

Que aliviam as velhas dores

Das almas fatigadas.

 

# 031

 

O erro encontrado

No meio do caminho

É parte necessária

Da tortuosa jornada

Que nos permitirá

Ficar face a face

Diante da verdade

Que nos encontrará

No final da estrada

Desta nossa vida

Porcamente vivida.

 

# 032

 

Cristo, Rei do Universo,

De quem sou indigno servo

Entrego esses pobres versos

Aos pés do trono do Senhor,

Que é o divino Verbo.

 

# 033

 

É pornográfico,

Triste pra caralho,

Vermos um inocente

Ser feito de otário

Por um delinquente

Engravatado.

 

# 034

 

O que não é

Aprendido

Com calma

Não pode ser

Redimido

Na alma.

 

# 035

 

Nunca haverá

Arrependimento

Se não houver

Discernimento.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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