# 015
O grande problema, meu irmão,
Não é a nossa falta de motivação.
A encrenca toda é a fraqueza adquirida
Por nossa desídia e falta de perspectiva,
Fruto da ausência esculachada e desinibida
De todo e qualquer tipo de disciplina
Em nossa porca vida mal vivida.
# 016
Enquanto a chuva cai
Lentamente e sem cansar
A saudade com ela se vai
E com o correr das águas
São levadas e lavadas
Todas as velhas mágoas.
# 017
Na vida tudo tem peso, tudo
Tem número e alguma medida,
Especialmente os frutos
Da nossa indisciplina.
# 018
De forma sonsa e insólita
Com um golpe traiçoeiro
A República foi proclamada
No Brasil brasileiro.
# 019
Em Banânia, a vida pública
Tanto na era republicana
Como nos idos da monarquia
Sempre foi uma porcaria
Regida por uma camarilha
De inigualável vilania.
# 020
O Quinze de novembro é uma farsa,
O dia sete de setembro também.
Porque hoje, nessa terra cansada,
Onde todos nós dizemos amém
Para a evaporação da memória
Das derrotas, vergonhas e vitórias
Vividas, sofridas e testemunhadas
Nesta arrasada terra de desterrados
Que restou da pátria de chuteiras
Reduzindo-se a um rincão ensolarado
De otários e picaretas.
# 021
O que há de mais sólido
E real nesta vida
É a presença do mistério
Que a tudo alumia.
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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