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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 35)

Não digo que todo povo tem o governo (executivo e legislativo) que merece porque tal encrenca não é uma questão de mérito não. Na verdade, penso que todo o governo, de um modo geral, nada mais é que uma expressão do espírito público que anima a sociedade. Trocando em miúdos: cada povo tem o governo que pode ter, merecendo ou não a tranqueira que o (des)governa.

 

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Nesta vida apenas encontramos consolo quando primeiramente aprendemos a consolar. Essa lição, tão simples, presente na oração de São Francisco de Assis, repetida diariamente por nós, deveria ser uma chama ardente em nosso coração que, infelizmente, encontra-se com seus átrios e ventrículos intoxicados por toda ordem de ideologias modernosas, que querem a todo custo nos levar a crer que somos grandes vítimas, as maiores de toda a história. Não é à toa, nem por acaso, que vivemos pelos quatro cantos entregues a toda ordem de lamúria, fazendo das reclamações estéreis a nossa única oração.

 

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Somente um cadáver não é capaz de reagir diante dos vermes que devoram gulosamente a sua carne. Nem mesmo na série “The Walking Dead” isso acontece. Nesse sentido, não há exagero algum em dizer que a liberdade de expressão, em nosso triste país, ao que tudo indica, jaz nesta condição de cadáver insepulto, tendo em vista o servilismo manifesto, aos tiranetes do momento, por aqueles que deveriam defender a tal da liberdade de expressão com unhas e dentes.

 

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Deus nos proteja da justiça dos santarrões e dos seus acólitos de última hora.

 

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C. S. Lewis, certa feita havia dito que acreditava no Cristianismo da mesma forma que ele não duvidava que o sol nasce todo santo dia no horizonte. E ele dizia isso não devido à alvorada regular do astro rei, mas sim, porque através dele, por causa da sua luz, ele podia ver tudo com clareza.

 

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Há muitas coisas que se fazem presentes por muito tempo em nossa vida, mas não deixam marca nenhuma em nossa alma. Porém, há momentos fugidios, que duram apenas alguns minutos e, em alguns casos, apenas uns míseros segundos e, os abençoados, nos marcam profundamente para todo o sempre, como se abrissem para os nossos olhos uma pequena janela, através da qual nós vislumbramos um cadinho da eternidade.

 

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Poucas coisas nesta vida são mais perigosas que um caboclo desocupado.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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