Pular para o conteúdo principal

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 28)

Há uma sentença, tão velha quanto andar para frente, que é atribuída a Napoleão Bonaparte, e a outros feras de envergadura similar, que afirma que não devemos, de jeito maneira, atrapalhar nossos adversários e inimigos quando estes estiverem cometendo algum erro. Ao que parece, em grande medida a esquerda tupiniquim aprendeu muito bem essa lição. Já a direita tupinambá ainda não a entendeu e, ao que tudo indica, não está nem um pouco interessada em compreendê-la.

 

#   #   #

 

Todo plano de ação, para ser minimamente eficiente, eficaz e efetivo, tem que ter claro quem será o sujeito agente, qual será o destinatário da ação e, principalmente, qual é a finalidade a ser atingida com essa empreitada o que, aliás, é bem diferente daquilo que nos motiva a realizá-la. Por essa razão, e por inúmeras outras, qualquer grupo, grupinho ou grupelho, que não leve esses elementos básicos em consideração, está fadado a fracassar de verde e amarelo, de forma escandalosamente patética, como nunca se viu antes na história de qualquer país.

 

#   #   #

 

A autocrítica não apenas é necessária, ela é urgente. Se não for feita de forma inclemente, se os erros não forem devidamente reconhecidos para, de forma serena, abrir novas perspectivas de ação, a situação, que hoje já é crítica, em breve tornar-se-á sinistra.

 

#   #   #

 

Quando chegar a plenitude dos tempos do reino estatal do sulfuroso céu socialista, da capelinha cleptomaníaca dos larápios engravatados de fala mansa, tudo será uma lindeza, tudo; porém, o imposto de renda vai ficar com bem mais da metade, sobrando apenas e tão somente para o povo um amontoado de palavras vazias, uma vaga e amorosa lembrança das promessas fuleiras da maliciosa campanha de antanho. Só isso e olhe lá.

 

#   #   #

 

Quanto um caipora coloca o seu dedinho digital em riste nas redes sociais, para mandar os outros irem se informar melhor antes de dizer alguma coisa, pode ter certeza de que esse pobre diabo está apenas macaqueando, docilmente, o que os membros da sua panelinha, ideologicamente deformada, estão repetindo histericamente sem saber o que estão dizendo, para melhor proteger suas consciências, coletivamente mutiladas, da luz terapêutica da verdade.

 

#   #   #

 

Se o caboclo vem pro meu lado com aquele papo azedo de conscientização, alta cultura, formação continuada e tutti quanti, mais do que depressa saco de um rolo de papel higiênico porque, sem dúvida alguma, em qualquer um desses casos, o rebosteio será graúdo, descomunal, como já se viu muitas e muitas vezes na história deste país.

 

#   #   #

 

As multidões tem sempre a mesma crueldade, a mesma imaturidade, pouco importando a idade ou a classe social dos seus integrantes.

 

#   #   #

 

As massas sempre foram, e sempre serão, em sua essência, uma besta sádica e sem face.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

Inscreva-se [aqui] para receber nossas notificações.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAMINHANDO SEM PRESSA NA CONTRAMÃO

Recentemente tive a alegria de encontrar em um Sebo o livro “Rubem Braga – um cigano fazendeiro do ar”, de Marco Antonio de Carvalho. Na ocasião, não tive como comprá-lo. Já havia fechado minha compra e, em consequência, não tinha mais nenhum tostão no bolso, por isso, deixei o baita na estante, torcendo para que ninguém o comprasse.   As semanas se passaram e lá estava eu, mais uma vez, no mesmo Sebo e, graças ao bom Deus, lá estava o bicho velho, esperando o Darta para levá-lo. Na ocasião estava indo para uma consulta médica e, enquanto aguardava, iniciei minha jornada pelas páginas da referida obra.   Rubem Braga, o homem que passava despercebido no meio da multidão, percebia tudo, tudinho, que a multidão não era capaz de constatar e de compreender. Não é à toa que ele era e é o grande mestre da crônica.   Ao indicar esse caminho, não estamos, de modo algum, querendo insultar ninguém não. O fato é que toda multidão, por definição, vê apenas e tão somente o que os mil olhos da massa

BUKOWSKI DIANTE DAS AREIAS DO TEMPO

O filósofo argentino José Ingenieros, em seu livro “Las fuerzas morales”, nos lembra que cada época tem que lutar para reconquistar a história. As pessoas de todos os tempos, dentro de suas circunstâncias, devem esforçar-se nessa empreitada. O conhecimento, por sua natureza, encontra-se espalhado pela sociedade, em repouso sobre incontáveis fragmentos, como se fosse um oceano de areia diante do horizonte da existência e, cada geração, deve procurar reconstruir, com as areias do tempo, o palácio da memória, o templo da história porque, sempre, cedo ou tarde, vem a roda-viva e sopra novas circunstâncias em nossa vida mal vivida, que vão erodindo todo o trabalho que foi realizado por nós e pelas gerações que nos antecederam. A cada nova circunstância que se apresenta, é necessário que procuremos atualizar a nossa visão do passado, para que possamos melhor compreender o momento presente e, principalmente, a nós mesmos. Nesse sentido, podemos afirmar, sem medo de errar, que a história é sem

REFLEXÕES INOPORTUNAS (p. 02)

A pressa é inimiga da perfeição, todo mundo sabe disso; mas a inércia covarde, fantasiada de prudência e sofisticação, não é amiga de ninguém e isso, infelizmente, é ignorado por muita gente de alma sebosa.   #   #   #   A soberba precede a queda. E entre ela e a queda há sempre uma grande tragédia.   #   #   #   Todo parasita se considera tão necessário quanto insubstituível, especialmente os sacripantas burocráticos e perdulários.   #   #   #   Fetiche por novas tecnologias não é sinônimo de uma educação de qualidade. É apenas um vício invadindo descaradamente a praia das virtudes.   #   #   #   O maior de todos os erros, que podemos cometer por pura estupidez, é imaginar que estamos imunes a eles só porque temos um diploma na parede e algum dinheiro na conta bancária.   #   #   #   Qualquer um que diga que tudo é relativo, não deveria, por uma questão de princípio, jamais queixar-se [depre]civicamente contra a presença de nenhum político, nem reclamar das picaretagens dos incontávei