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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 26)

Para entender minimamente qualquer treta, de qualquer natureza, é imprescindível que sejamos capazes de admitir o quanto nós realmente sabemos a respeito. E, na maioria das vezes, é muito pouco, bem menos do que imaginamos.

 

Se não somos capazes disso, se fizermos pouco caso diante da importância dessa atitude de humildade frente à realidade, corremos o risco de cair no mais abjeto autoengano, imaginando que estamos criticamente inteirados de tudo e mais um pouco e, ao final, podemos terminar fazendo um monte de besteiras.

 

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Não é à toa, nem por acaso, que existam boleiras e mais boleiras de almas sebosas arrotando jargões políticos e frases feitas, como se isso fosse a expressão da mais cristalina sabedoria.

 

Não é à toa porque esse tipo de lixo é a única coisa que muitas pessoas consomem, preferencialmente reunidas em confabulações sem fim, em inconsequentes assembleias digitais onde os seus membros são desprovidos de discernimento, comedimento e bom senso.

 

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Prudência é uma senhora virtude, a mãe de todas. Agora, sinalização de prudência, maquiada com sofisticação, é vigarice pura e simples misturada com covardia, coisa de gente amornada. Só isso e olhe lá.

 

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Os tiranos não vivem suas vidinhas malvadas sem enfiar aquela censura na goela de todos aqueles que eles consideram uma ameaça potencial para os seus delírios totalitários, mas o fazem com aquela fala mansa, com uma postura equilibrada e, é claro, sem abrir mão do bom e velho juridiquês, que sempre dá aquele ar de sofisticação.

 

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O aborto está na agenda do governo que tomou posse do Estado brasileiro e será tratado, daqui pra frente, como uma reles questão de saúde pública. Consequentemente, a luta contra a cultura da morte será vista daqui pra diante como uma pauta anticientífica, negacionista, que fere os direitos humanos e assim por diante.

 

Pois é, pois é, pois é. E que todo catolicão, que fez o “L” para dar a "lógica" e o “amor” vencer, lembre-se: todos foram avisados, bem avisados, que isso aconteceria.

 

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Aborto, tratado como uma reles questão de saúde pública, é um eufemismo ardiloso para ocultar o silencioso e sistemático assassinato de inocentes.


Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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