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A UM PASSO DA BEIRA DO ABISMO

Clausewitz afirma que a política seria tão só e simplesmente a continuação da guerra por outros meios e, naturalmente, o contrário também é a mais cristalina verdade.

 

Seja numa monarquia parlamentar, ou numa república presidencialista, ou no raio que nos parta, é sempre bom que não nos esqueçamos que debaixo de todo formalismo, de toda encenação institucional, está presente uma massa incandescente de caos, doidinha para aflorar e mostrar todo o seu terrificante esplendor.

 

Dito de outra forma, em todo pleito eleitoral, como em toda sucessão de um monarca, a sociedade sempre está a um passo de uma insurreição, de uma quartelada, de um golpe ou de uma revolução que, no frigir dos ovos, é apenas um golpe, mas que recebe um nome pomposo para ficar bem na fita da história.

 

Por essa razão Thomas Jefferson dizia que de tempos em tempos a árvore da liberdade precisaria ter suas raízes regadas com sangue de inocentes, e de tiranos também, para renovar as suas forças, para que todos se lembrem do seu real valor em nossas vidas.

 

Obviamente, não estamos clamando para que tenhamos em nossa sociedade um derramamento de sangue. Que Deus nos livre disso. Apenas lembro, ao mencionar essas palavras do autor da Declaração da Independência dos EUA que, infelizmente, nós damos pouco valor à liberdade e, por isso, esquecemos que ela está sempre a uma geração de ser sepultada, devido a nossa desleixada falta de vigilância.

 

No correr da história, muitos deram suas vidas para que hoje possamos usufruir desta dádiva que é a liberdade, não foram poucos os sacrifícios realizados para que ela pudesse ser o farol de nossa vida e, por isso, sua chama é tão preciosa.


E francamente espero que não seja a nossa geração que irá cometer o pecado de sepultá-la, em uma cova rasa, em nome de desvarios ideológicos totalitários que a muito querem porque querem tomar o seu lugar.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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