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ZERO, OU MENOS QUE ISSO

É importante procurarmos, ao final de cada dia, realizarmos um bom exame de consciência para avaliarmos em que nos aprimoramos, no que nos avacalhamos e, é claro, em que medida fizemos uma e outra coisa.

 

Para fazermos um bom exame de consciência é preciso que levantemos algumas perguntas que, necessariamente, nós mesmos teremos que respondê-las.

 

Muitas são as perguntas que podemos realizar a nós mesmos para analisarmos a nossa pessoinha e, de todas elas, creio que duas não podem, de jeito maneira, serem colocadas para escanteio.

 

A primeira, que deveríamos levantar, no silêncio do nosso coração, ao final de todo santo dia, seria: o que eu aprendi hoje? Ao fazermos essa perguntinha é importante que tenhamos um pequeno caderno para anotarmos em suas páginas o que foi aprendido por nós, como se esse fosse um “diário”, ou um “livro-caixa”.

 

A segunda questão: o que eu deixei de aprender hoje? Essa danada, se devidamente meditada, irá nos apresentar os inúmeros subterfúgios que nós criamos para fugir do conhecimento e da responsabilidade que vem junto com ele.

 

E, é claro, ao refletirmos sobre essa segunda pergunta, também devemos tomar nota em nosso “livro-caixa” do saber para, ao final do ano, verificarmos o quanto aprendemos e, principalmente, o quanto deixamos de aprender.

 

E é aí, meu bom amigo, que a porca vai torcer o rabo, porque corremos o risco de descobrir que o resultado pode ser zero, ou menos que isso.

 

[CADINHO DE PROSA # 29/08/2022]

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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