Declarar-se crítico de tudo e de todos tornou-se, no mundo contemporâneo, uma espécie de qualificação que inúmeras pessoas amam de paixão ostentar junto aos seus nomes como se isso fosse um “título de nobreza”, ou algo que o valha.
É cidadão crítico pra lá, é educação crítica pra cá, é cidadania crítica acolá, enfim, é tanta criticidade exalando dos corações que formam-se névoas e mais névoas com esses odores, impedindo que os indivíduos percebam o quão presunçoso é esse tipo de declaração.
Desde a aurora dos tempos sabe-se muito bem que para se trilhar o caminho da sabedoria, da procura amorosa pelo conhecimento da verdade, é exigido dos caminhantes uma boa dose de paciência e humildade.
É imprescindível que sejamos pacientes com tudo e com todos, tendo em vista que nada, praticamente nada, ocorre no tempo do nosso querer. Tudo tem o seu momento e, por isso, toda e qualquer conquista exige que sejamos capazes de esperar que ela, a tal quadra alvissareira, chegue.
E para que a virtude da paciência floresça, é imprescindível que ela possa deitar suas raízes no fértil solo da virtude da humildade, para aprendermos a ver as coisas como elas realmente são e, a partir da realidade, agirmos com convicção.
Por essa razão, e por muitas outras, que o declarar-se crítico, como se isso fosse um símbolo de distinção, ou um selo de aceitação grupal, ao invés de contribuir para a ampliação do nosso horizonte de consciência, apenas colabora, de forma significativa, para que a nossa soberba, demasiadamente humana, prospere em nosso coração que insiste em permanecer tão rancoroso quanto arrogante.
[CADINHO DE PROSA # 18/08/2022]
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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