Uma das peculiaridades do mundo atual, nessa tal da “Era da Informação”, é que todos nós, cada um ao seu modo, procura falar o mais alto possível para que tudo e todos ouçam o nosso brado bárbaro que encontra-se engasgado em nossa goela.
Falamos tão alto, com caracteres desmesuradamente furiosos, por meio de postagem insensatas, que as pessoas, de um modo geral, não conseguem ouvir o que estamos querendo dizer. Na verdade, na maioria das vezes, nem mesmo nós conseguimos nos ouvir com um mínimo de clareza, tamanha é a algazarra que impera em nosso peito.
O fluxo contínuo de publicações repetitivas, com pretensão informativa, é tamanha que acabamos ficando meio que atordoados, sem saber ao certo que direção devemos tomar em meio ao furdunço no qual estamos imersos.
Pior! De tanto termos nossa atenção sendo puxada para toda e qualquer direção, acabamos nos perdendo de nós mesmos. E nos perdemos feio.
Isso não significa, de modo algum, que o tempo atual no qual vivemos seja ruim do princípio ao fim. Nada disso. Ele pode ser, sim, um tempo propício para nos elevarmos em espírito e verdade desde que, é claro, estejamos realmente interessados em aproveitar as potencialidades latentes que estão ao alcance de nossas mãos para a realização deste intento. Porém, ao que tudo indica, não é bem isso o que muitos de nós realmente deseja, não é mesmo?
[CADINHO DE PROSA # 17/08/2022]
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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