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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 07)


Sem um mínimo de perseverança e constância em nossa vida nós teremos tudo, tudinho, para sermos um baita de um zero à esquerda.

 

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Por trás de todo tirano há um recalcado acuado, da mesma forma que atrás das poses de indignação afetada de todo e qualquer hater engajado, há um tiranete, recalcado como todo postulante a tirano, doido, doidinho para destruir a vida de qualquer pessoa que tinha a infelicidade de cometer o disparate de não apenas pensar de uma maneira que eles desaprovam, mas também e principalmente, de ousar dizer publicamente o que pensam.

 

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Apenas são realmente felizes aqueles que procuram, na medida de suas limitações, ser úteis. Dito de outro modo: apenas somos realmente maduros quando nos esforçamos, de forma abnegada e sincera, para servirmos àqueles que suplicam, de forma silente ou não, o auxílio de uma mão gentil.

 

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O homem não é a medida de todas as coisas, nem da nossa intratável vaidade. Cristo é a medida de tudo e de todos, inclusive de tontos como eu e você.

 

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Impérios sempre existiram e, por sua própria natureza, sempre foram e sempre serão danosos. Sempre. Logo que um poder com pretensões imperiais ascende ao topo, forças divergentes e concorrentes labutam para dar-lhe um baita tombo e quebrar as suas pernas de vez e, é claro, nessa queda majestosa, muitos sofrem, principalmente aqueles que nada tem que ver com o dito cujo poder imperial.

 

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A existência começa num encontro chamado fecundação, que é seguido por um tempo de acolhimento chamado gestação e que culmina num encontro com a luz do dia, que é o parto. Assim nascemos, pouco importa quem sejamos. Porém, existem alguns que ignoram essa realidade, de que num encontro a vida inicia e, levianamente, por meio de caprichos ideológicos mil, sentenciam, sem titubear, quem nunca poderá vir a existir e a viver a vida. O nome disso é execução sem clemência, mas também pode ser chamado de aborto, que não deixa de ser um parto, mas um parto sem luz, nem vida.

 

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No instante em que nossa artéria tretística começar a pulsar com mais força, querendo impelir-nos em mais um arranca-rabo sem sentido com rabudos criticamente desocupados, lembremos que o ato mesmo de nos engalfinhar num trem desse naipe é uma daquelas muitas coisas que, nessa vida, apenas vale a pena se formos um sujeito que tem uma alma pra lá de pequena.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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