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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 05)

 

Se nos sentimos frequentemente, em nosso dia a dia, um tanto quanto melindrados diante dos pequenos, repito, dos pequenos perrengues e entreveros que a vida nos apresenta, é porque, bem provavelmente, nossa vida de oração anda pra lá de mirrada, pra não dizer inexistente.

 

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Gostemos ou não de admitir, todos os dias nos ferimos uns aos outros. Algumas vezes fazemos isso sem querer querendo, outras vezes porque realmente queríamos fazê-lo, por maldade mesmo e, por essa e por muitas outras razões, é tão importante que aprendamos a perdoar, e que procuremos perdoar sem pestanejar, para permitirmos que a humildade e o amor combatam fortemente o mal que é irradiado a partir do nosso coração.

 

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Assumamos um desafio, algo que realmente exija o nosso empenho, a nossa fiel dedicação. Façamos isso não para provar algo a alguém, porque isso, em si, já é uma tremenda limitação, uma baita fraqueza. Desafiemo-nos para sentirmos a estreiteza dos nossos limites e, agônicos, não tremamos diante das nossas fronteiras, não tenhamos medo de superá-las superando-nos, porque é assim que nos tornamos cientes do quanto podemos ampliar o nosso campo de ação se essa for nossa real intenção.

 

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Palavras são eficazes, quando bem usadas, mas o silêncio, quando empregado no tempo certo e com a devida medida, não tem pra bater. Ele mata e achata.

 

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O vitimismo histriônico, midiaticamente impulsionado e ideologicamente amestrado, é uma das formas mais medonhas e abjetas de tirania, porque celebra de forma nababesca a destruição de uma vida inocente, no altar pútrido de uma mesquinha agenda política, como se tal ato de vilania fosse a expressão pura e cristalina dessa tal de justiça.

 

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Não é novidade alguma, mas vale a pena lembrar: todo libertino, que arrota superioridade ética, ou qualquer pestilência similar, não passa de um tirano mesquinho, que sonha, noite e dia, deformar tudo e todos para que o mundo fique a sua imagem e parecença, com a cara escarrada da sua alma [ideologicamente] deformada.

 

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Onde não há autodisciplina, a liberdade acaba sendo apenas mais uma palavra com o seu significado pervertido.

 

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Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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