Pular para o conteúdo principal

O LIVRO DA PROFESSORA

Crônica publicada em nosso antigo BLOG em 15 de abril de 2018.


GOSTO DE LER. MAIS QUE ISSO. Gosto muito de conhecer.


Toda vez que visito uma cidade, a primeira coisa que procuro é a biblioteca pública para apreciá-la e dar uma olhadela nos títulos que ela guarda.


Em segundo lugar, naturalmente, procuro ver se há uma livraria na mesma, de preferência de livros usados.


É mais do que óbvio que, com uma frequência indesejável, na maioria das cidades que visito, acabo não encontrando biblioteca alguma e, muito menos, um sebo ou livraria. Fazer o quê? Faz parte da vida.


Mas, graças a Deus, toda vez que vou para Guarapuava me deleito nos dois sebos da cidade. Ambos muito bons. Detalhe: eles ficam bem próximos um do outro.


Nessa semana que passou, na sexta-feira (13) - com o horário apertado, como sempre - consegui dar uma passada apenas num deles, o que já foi suficiente para que eu tivesse uma grata surpresa. Três, na verdade.


Dentre os títulos que adquiri - bons livros, diga-se de passagem - haviam três que pertenceram a uma professora que me deu aula na década de noventa na minha segunda graduação (a primeira não terminei).


Lá estavam eles, com a assinatura dela, datadas de 1986, 1991 e 1993. Um da autoria Arnald Toynbee, outro de John Lukacs e o terceiro de Georges Lefevre.


Ao descobrir isso, quando cheguei em casa e, intimamente, revivi algumas de suas aulas que a tanto tempo me foram ministradas e, pensei, cá com os meus botões: como o tempo passou e, cá estou, com os livros que um dia pertenceram a ela que tanto me ensinou. E ela, onde estará? O que estará fazendo? Não sei. Mas, onde e como estiver, que Deus esteja com ela.


Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela


Inscreva-se [aqui] para receber nossas notificações.





Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #007

Nada se transforma mais rápido em indiferença do que o horror, quando este se torna cotidiano.   #   A ironia, um dia desses, há de nos redimir, ou terminará de nos achatar.   #   Não tenhamos medo de sermos espezinhados; e, se formos pisados, alegremo-nos, porque as ervas, quando são pisoteadas, se tornam caminho.   #   Quanto mais um sujeito se imagina livre, livre da Silva, mais suscetível a ser doutrinado e subjugado ele está.   #   A conversa mofada sobre cultura não é tanto um sintoma daquilo que poderíamos chamar de “a religião dos ateus”, mas sim um claro indicativo da idolatria dos incultos.   #   Toda paixão igualitária é um veneno, uma peçonha que perverte o sentido crítico de qualquer um até o tutano, por atrofiar na alma do indivíduo a faculdade que nos permite fazer distinções.   #   Um dos primeiros passos rumo ao santuário da sabedoria reside na capacidade de admitirmos que nossas ideias – nossas amadas e idolat...

O ABACAXI ESTÁ EM NOSSAS MÃOS

Dia desses, eu estava folheando um velho caderno de anotações, relendo alguns apontamentos feitos há muito tempo, e entre uns rabiscos aqui e uns borrões acolá, eis que me deparo com algumas observações sobre o ensaio "La misión pedagógica de José Ortega y Gasset", de Robert Corrigan. Corrigan faz algumas considerações não a respeito da obra do grande filósofo espanhol, mas sim sobre o professor Ortega y Gasset e sua forma de encarar a vocação professoral. O autor de "La rebelión de las masas" via sua atuação junto à imprensa como uma continuação de suas atividades educacionais, onde apresentava suas ideias, marcava posição frente a temas contemporâneos e, é claro, embrenhava-se em inúmeros entreveros. Ele afirmava que, para realizarmos com maestria a vocação professoral, é necessário que tenhamos nosso coração inclinado para um certo sacrifício heroico, para que se possa realizar algo maior do que nós mesmos: o ato de levar a luz do saber para os corações que se ve...

QUANDO O CALDO ENTORNA

Prudência e canja de galinha, como nos ensina o velho ditado, nunca fizeram mal a ninguém. Agora, a falta da primeira tem feito um estrago danado na vida de muita gente. Os antigos nos ensinam que a prudência é a mãe de todas as virtudes, porque ela nos convida a arrancar nossas ações do guiamento das sombras da ignorância para que possam ser alumiadas e orientadas pelas labaredas da sabedoria. E sabedoria não é, de maneira nenhuma, aquela coleção de colóquios aguados que encantam e iludem muitos, sem incomodar ninguém. Sabedoria, antes de qualquer coisa, é o cultivo amoroso pela procura da verdade, onde quer que ela esteja, para que possamos conhecê-la e, conhecendo-a, permitir que ela redima nossos equívocos passados através das nossas decisões no momento presente, projetando, desse modo, uma nova orientação para as nossas escolhas futuras. Por essa razão, ela jamais será um conjunto de frases insossas, reverberadas por pessoas ocas, cheias de presunção e ornadas com títulos toscos e...