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FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #008

Os homens modernosos chamam de dever moral aquilo que, em outras épocas, qualquer pessoa minimamente descente, reconheceria como sendo apenas e tão somente uma ambição pessoal.   #   Os seres humanos são muito mais capazes de realizar um ato heroico do que um gesto com um mínimo de decência.   #   Uma pessoa quanto mais ela é, menos ela quer.   #   Como diz Catão: nada é realmente barato se for supérfluo.   #   Lembremos e jamais esqueçamos: o Espírito Santo é o mestre, o grande mestre das maturações lentas. Logo, não se desespere.   #   O interesse que, muitas vezes, cega uns, acaba alumiando a vista de outros.   #   Todo orgulho teme a visão das suas muitas imperfeições.   *   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros. https://lnk.bio/zanela  

O FANTASMA QUE ASSOMBRA A MÁQUINA

Não sei dizer se são as ideias que movem o mundo. Francamente, creio que o calibre do meu velho tinteiro não seja suficiente para meditar sobre essa questão. Porém, uma coisa me parece mais do que certa: as ideias que temos a respeito do mundo e de nós mesmos nos movem e nos levam para bem longe.   Terão aqueles que irão discordar desse simplório escrevinhador, dizendo que o que nos arrasta de um lado para o outro neste mundão de meu Deus é o tal do dinheiro e, à primeira vista, muitos de nós poderemos concordar com essa afirmação. Entretanto, não é o dinheiro, em si, que nos puxa de um lado para o outro, mas sim as ideias que cultivamos sobre ele e, consequentemente, o valor e a importância que atribuímos aos numerários.   E é claro que, também, haverá outros que afirmariam que o que realmente balança o nosso coração e faz ele dançar um pagode em nosso peito é o dito-cujo do poder, a procura pelo status, pela fama e todas as demais traquitanas similares. Pois é. Em alguma med...

SEM PALAVRAS

A única coisa que eu tenho Junto de minha velha algibeira São palavras de pouco engenho. Palavras que reuni, devagar, No passo leve do meu andar, Um pouco aqui, um tanto acolá. E sempre que precisava, Ou que a ocasião pedia, Logo sacava com maestria A palavra acertada. Mas, eis que um belo dia, Nesta vida de caminhante, Meus olhos encontraram Sua imagem única, ofuscante, Deixando-me, de vez, sem palavras, Porque, enfim, encontrei aquela Que para todo sempre será Minha mulher amada.

NÃO IGNOREMOS OS OMBROS DOS TITÃS

Nós não somos apenas os caminhos que percorremos, os tropeços que damos, as circunstâncias que vivemos. Somos também e, principalmente, o modo como encaramos os nossos descaminhos, a forma como enfrentamos nossas desventuras, a maneira como abraçamos o conjunto desconjuntado da nossa vida. Como nos ensina Ortega y Gasset, é isso que somos; e se não salvamos as nossas circunstâncias, estamos condenando a nós mesmos.   Dito de outro modo, podemos olhar para nossa sombra e lamentar a nossa diminuta condição ou, em vez disso, podemos nos perguntar, de forma resoluta, o que podemos fazer de significativo com o pouco que temos e com o nada que somos.   Para responder a essa espinhosa pergunta, mais do que inteligência e sagacidade, é preciso que tenhamos uma profícua imaginação, tendo em vista que pouco poderá ser compreendido se nossa imaginação for anêmica.   Lembremos: nada pode ser acessado pela nossa compreensão sem que antes tenha sido devidamente formulado pe...

O ABACAXI ESTÁ EM NOSSAS MÃOS

Dia desses, eu estava folheando um velho caderno de anotações, relendo alguns apontamentos feitos há muito tempo, e entre uns rabiscos aqui e uns borrões acolá, eis que me deparo com algumas observações sobre o ensaio "La misión pedagógica de José Ortega y Gasset", de Robert Corrigan. Corrigan faz algumas considerações não a respeito da obra do grande filósofo espanhol, mas sim sobre o professor Ortega y Gasset e sua forma de encarar a vocação professoral. O autor de "La rebelión de las masas" via sua atuação junto à imprensa como uma continuação de suas atividades educacionais, onde apresentava suas ideias, marcava posição frente a temas contemporâneos e, é claro, embrenhava-se em inúmeros entreveros. Ele afirmava que, para realizarmos com maestria a vocação professoral, é necessário que tenhamos nosso coração inclinado para um certo sacrifício heroico, para que se possa realizar algo maior do que nós mesmos: o ato de levar a luz do saber para os corações que se ve...

O presente e o futuro da educação no Brasil - Dartagnan Zanela | Ep. 008

"Neste episódio, exploramos os rumos da educação no Brasil ao lado do Professor Dartagnan Zanela. Já se perguntou sobre o impacto de ter 3 a cada 10 brasileiros como analfabetos funcionais? Isso é o que diz dados de uma pesquisa publicada pelo Inaf, em maio de 2025. Esses números, apontados por essa pesquisa recente, revelam uma realidade triste: muitas pessoas estão sendo empurradas pelo sistema educacional sem dominar o básico, como a compreensão de um texto, operações matemáticas simples ou o mero entendimento de um gráfico. Tudo isso limita severamente as oportunidades de vida de muita gente. Nesta conversa com o Professor Dartagnan exploramos os caminhos para entender como chegamos até aqui, quais os erros e acertos do presente e discutimos como transformar esse cenário no futuro.  Assista ao episódio completo para uma análise inspiradora sobre a educação no nosso país". (Julio Stan) _  _  _ _   _   _

FRAGMENTOS DE UM DIÁRIO HETERODOXO #007

Nada se transforma mais rápido em indiferença do que o horror, quando este se torna cotidiano.   #   A ironia, um dia desses, há de nos redimir, ou terminará de nos achatar.   #   Não tenhamos medo de sermos espezinhados; e, se formos pisados, alegremo-nos, porque as ervas, quando são pisoteadas, se tornam caminho.   #   Quanto mais um sujeito se imagina livre, livre da Silva, mais suscetível a ser doutrinado e subjugado ele está.   #   A conversa mofada sobre cultura não é tanto um sintoma daquilo que poderíamos chamar de “a religião dos ateus”, mas sim um claro indicativo da idolatria dos incultos.   #   Toda paixão igualitária é um veneno, uma peçonha que perverte o sentido crítico de qualquer um até o tutano, por atrofiar na alma do indivíduo a faculdade que nos permite fazer distinções.   #   Um dos primeiros passos rumo ao santuário da sabedoria reside na capacidade de admitirmos que nossas ideias – nossas amadas e idolat...