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O SUTIL VENENO DO RELATIVISMO

As palavras não nos enganam. Nem elas, nem a realidade a qual elas se referem. Somos nós que nos enganamos, que nos permitimos ser enganados.   Dito de outro modo, as palavras, de um modo geral, são claras e cristalinas; dúbio e malicioso é o uso que muitas vezes é feito delas.   As palavras são límpidas; pernicioso e cheio de desídia é a nossa pressa leviana para chegarmos a um termo que seja apetecível ao nosso desamor pelo conhecimento.   Poderíamos seguir com o andor por muitas léguas, porém, creio que isso não seja necessário.   Imagino que para bom entendedor, como dizem os populares, meia dúzia de palavras são mais do que suficientes para iniciar uma franca reflexão.   Já para aqueles que, por indolência, preferem entregar-se garbosamente ao relativismo, fazendo pose de desentendido, com ares de superioridade, ignorando a realidade, ou apenas apegando-se àquilo que lhe permita sentir-se confortável, nem todas as palavras do mundo seriam suficientes.   Nem mil palavras de sabedor

SAL DA TERRA, LUZ DO MUNDO

Para sermos uma boa companhia, em nossa jornada por esse vale de lágrimas, é imprescindível que aprendamos a caminhar sozinhos.   Precisamos aprender a estar a sós conosco mesmo, para permitirmos que a voz profunda da nossa consciência nos fale.   E ela nos fala, o tempo todo, de modo franco e insistente, mas nós, de forma obstinada, continuamos fazendo ouvidos moucos, ignorando o eco da sua voz, porque temos medo de ficar a sós com ela, na intimidade do nosso coração.   Tememos a fala trovejante da nossa consciência, porque nos borramos só de pensar no que ela irá nos falar.   Trememos diante da possibilidade de termos de ouvir, calados, todas as verdades que procuramos, todo santo dia, nos esquivar.   Como bem nos adverte São João Crisóstomo, é próprio do inimigo criar maquinações mil, distrações mil, para nos afastar da verdade.   E nós, mal aconselhados que somos pelo medo, acabamos muitas vezes nos abraçando com a mentira, fantasiada com argumentos maliciosos, que repetimos para n

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 46)

Birra não é ação política. Nunca se esqueça disso.   #   #   #   Uma coisa é procurarmos amorosamente a verdade; outra, bem diferente, é procurarmos soberbamente argumentos para justificar nossas convicções furadas.   #   #   #   Quando um caboclo diz que só acredita naquilo que tenha uma comprovação [supostamente] científica, na real, o que ele está afirmando é que sua pessoa acredita em qualquer coisa, em qualquer coisa mesmo, desde que seja repetida exaustivamente pelo Estado e pela grande mídia.   #   #   #   Cada pessoa, cada um de nós, é um enigma insondável.   #   #   #   No mundo midiatizado, tudo e todos são reduzidos a um tedioso hoje sem fim.   #   #   #   Uma vida é complexa demais para ser reduzida a apenas um dos seus aspectos.   #   #   #   A covardia, travestida ou não de bom-mocismo, é o alimento essencial para a manutenção de qualquer tirania.   Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela https://sites.google.com/view/zanela   Inscreva-se [ aqui ] para receber nossas n

ENTRE CRUZES E CALVÁRIOS

Toda alma é uma cruz aqui plantada, diz-nos Bruno Tolentino em seu livro “Os Deuses de Hoje” [1]. Eu, você, todos nós somos uma cruz com um coração palpitante no centro do madeiro, apontando para a direção que nós mais amamos.   A cruz é um símbolo arquetípico poderosíssimo, que se encontra presente em inúmeras tradições, como inúmeros outros símbolos que acreditamos serem tão particulares, tão exclusivos de uma e outra tradição [2].   Nesse sentido, quando temos em nossa mente a imagem deste símbolo, a cruz, é importante lembrarmos que a trave horizontal simboliza o plano do mundo material, natural, social e político.   Estamos inseridos neste plano, fazemos parte dele, mas não fomos feitos para nos realizarmos plenamente nesta dimensão restritiva da realidade.   Bem, junto a trave horizontal temos a trave vertical, que nos aponta para a perspectiva da eternidade e do infinito, lembrando-nos que a vida é muito mais profunda do que as aparências que nos circundam e que invadem os nosso

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 45)

O que sabemos é muito pouco, bem menos do que presumimos saber. Já o que ignoramos é muito, muito mais do que conseguiríamos admitir.   #   #   #   Querermos sempre mais e mais, sem pararmos para dar o devido valor para tudo aquilo que já conquistamos, é uma tremenda burrada.   #   #   #   Problemão é outro nome para oportunidade desdenhada.   #   #   #   Ser derrotado não é o mesmo que ser destruído. Apenas somos derrotados quando, diante de um fracasso, desistimos de nós mesmos.   #   #   #   O forte não sabe o que é ressentimento. O fraco ignora o que seja o perdão.   #   #   #   Muitas e muitas vezes, inventamos perigos para justificar medos infundados.   #   #   #   Livre arbítrio é responsabilidade.   #   #   #   Há uma sutil diferença entre perseverança e teimosia. Mentira. É uma baita diferença.   #   #   #   O que alguns chamam de “consciência crítica”, não passa de uma alucinação coletiva; e o que outros chamam de “alta cultura”, frequentemente é a mesmíssima coisa, só que co

UM GOLPE BEM DADO

Bruce Lee, certa feita havia dito que ele não se impressionava nem um pouco com um homem que, um dia, tenha praticado mil golpes diferentes, mas que ele respeitava profundamente o homem que praticou mil vezes o mesmo golpe.   Dito de outro forma, a prática leva-nos à superação e, deste modo, nos aproxima da perfeição. Aliás, como nos adverte a sabedoria dos antigos, essa tal de repetição é a mãe do aprendizado.   A repetição é a mãe do aperfeiçoamento do corpo, da mente, da alma e do caráter. As supostas novidades metodológicas irrefletidas, as pedagogices populistas, que são mecânica e burocraticamente impostas, não o são, apesar de serem ovacionadas como se fossem a salvação da lavoura, com seus números artificiosos e índices mefistofélicos.   E por isso mesmo insistimos em lembrar: a repetição é a mãe do aprendizado, não a implementação impensada e constante de toda e qualquer traquitana tecnológica que nos pareça “diferentona”, ou algo que o valha.   Não é à toa que, mais uma vez,

OLHOS PESADOS E UM CORAÇÃO APERTADO

Se há um trem que me impressiona uma barbaridade, é o desânimo que muitas pessoas apresentam em plena segunda-feira.   Me impressiona, especialmente, o desânimo que é exibido por muitíssimos jovens.   Não me refiro aqui ao desinteresse pelos estudos, nem mesmo ao desleixo para com as obrigações estudantis mais elementares que, infelizmente, também são elementos constantes na vida de muitos indivíduos desse universo etário.   Refiro mesmo ao desânimo que, mesmo antes de raiar o início da primeira aula, já se encontra estampado no rosto, com uma expressão de profunda gastura que reflete o acúmulo de boleiras noites mal dormidas, por conta de sua entrega, de corpo e alma, ao desfrute propiciado por um jogo eletrônico, ou a longas conversas digitais junto à tela insípida de um celular.   Às vezes, as duas coisas ao mesmo tempo, juntas e misturadas, como eles mesmos confessam.   Quando defronto-me com cenas desse naipe, e defronto-me com elas frequentemente, fico meio que macambúzio a me pe