As palavras não nos enganam. Nem elas, nem a realidade a qual elas se referem. Somos nós que nos enganamos, que nos permitimos ser enganados. Dito de outro modo, as palavras, de um modo geral, são claras e cristalinas; dúbio e malicioso é o uso que muitas vezes é feito delas. As palavras são límpidas; pernicioso e cheio de desídia é a nossa pressa leviana para chegarmos a um termo que seja apetecível ao nosso desamor pelo conhecimento. Poderíamos seguir com o andor por muitas léguas, porém, creio que isso não seja necessário. Imagino que para bom entendedor, como dizem os populares, meia dúzia de palavras são mais do que suficientes para iniciar uma franca reflexão. Já para aqueles que, por indolência, preferem entregar-se garbosamente ao relativismo, fazendo pose de desentendido, com ares de superioridade, ignorando a realidade, ou apenas apegando-se àquilo que lhe permita sentir-se confortável, nem todas as palavras do mundo seriam suficientes. Nem mil palavras de sabedor