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O LABIRINTO DE ESPELHOS

Para todas as direções que voltamos nossas vistas, vemos pessoas clamando em alto e bom tom para que a "justiça" seja feita em nosso país, digo, para que aquilo que elas entendem por justo impere sobre aqueles que elas detestam com todas as forças do seu ser, pois, todos nós sabemos, para muitos, tudo torna-se "moralmente" válido quando feito em nome do partido e da revolução, conforme a muito fora proclamado por Leon Trotski, em seu livro “Moral e Revolução”.   Detalhe importante: tais alminhas chamam de clamor por justiça o que, em outras épocas, era chamado simplesmente de denuncismo, motivado pelo clima de histeria coletiva que era insuflado por aqueles que desejavam, manobrando a horda de militantes e simpatizantes, perpetuar-se no poder, custe o que custar.   E todos aqueles que entram nessa “vibe”, esquecem-se bem rapidinho que prova de covardia maior não há do que querer destruir a vida de alguém em nome de uma crendice ideológica, que justifica um projeto t

A FÉTIDA FOSSA TÁRTARA

Todos nós acreditamos saber exatamente o que os “outros” pensam a respeito dos temas que, espaçosamente, ocupam o centro das discussões da arena pública, mesmo que não tenhamos, em momento algum, parado para ouvir com a devida atenção o que os tais dos “outros” disseram a respeito.   E não estou, de modo algum, sugerindo que seria interessante pararmos para ouvir aqueles que discordam de nós para que, tão somente, possamos, com um bofetão retórico em “si bemol”, argumentar contra aquilo que será dito por essas figuras, figurinhas e figuraças. Francamente, fazer isso é uma tremenda perda de tempo, apesar de ser divertido pacas.   É uma perda de tempo porque, praticamente, todos aqueles que se fiam nesse caminho, invariavelmente estão muito pouco preocupados em ouvir o outro e, de quebra, estão muitíssimo afoitos para vencer por vencer um bate-boca, pouco importando se tenham apenas ouvido um cadinho, e compreendido menos que isso, do que lhes foi dito, ficando perdidos, feito um peru en

PARA REPIMPAR O NOSSO OLHAR

É muito fácil nos iludirmos, fácil barbaridade, principalmente se acreditamos que estamos imunes a isso. Aí meu amigo, se esse for o caso, não adianta ficar olhando para o nada com aquele olhar de garoupa congelada, pra disfarçar o vexame. Não adianta mesmo.   E não tem lesco-lesco. Qualquer um que imagina-se muito crítico, pairando acima de todos os reles mortais alienados, bem provavelmente não passa de um pobre diabo que está com o seu discernimento lazarentiado de ponta a ponta.   Tendo isso em vista, penso que as palavras do historiador Carroll Quigley, em seu livro “A evolução das civilizações”, são providenciais. Ele, no referido livro, nos chama a atenção para um problema que frequentemente turva, de modo significativo, a nossa percepção da realidade e bem como a nossa compreensão a respeito da dita-cuja.   Quingley lembra-nos que todas as vezes que nos inteiramos a respeito de algum assunto, necessariamente, nós o fazemos tomando como referência um modesto conjunto de princípi

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 32)

Não se realiza nada de realmente significativo com rompantes intempestivos. A única coisa que se consegue fazer nessa base é uma série de cagadas.   #   #   #   A consciência individual é a bússola da alma.   #   #   #   Um homem sem planos para a sua vida é apenas um bichinho que parou no tempo, só um garotinho mimado com barbinha aparada na régua.   #   #   #   Sem amor ao próximo, a beleza torna-se uma impossibilidade.   #   #   #   Não se realiza a tal da educação com plataformas digitais com mil e um badulaques modernosos. O que realmente ensina, forma e educa uma pessoa é a presença viva de uma personalidade amadurecida.   #   #   #   Estarmos pensando não é sinal de que existimos, da mesma forma que sonhar não é um indicador de que bem vivemos. Existimos porque lembramos dos sonhos que não realizamos e vivemos, porque não esquecemos que ainda temos tempo para realizá-los.   #   #   #   Apenas os olhos que choram são capazes de ver e reconhecer a verdade. Somente aqueles que não

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 31)

O suficiente, muitas vezes, não é o bastante.   #   #   #   O medo emburrece qualquer um, principalmente quando essa tranqueira se fantasia, em nosso coração, com os andrajos da falsa prudência e com os trapos da modéstia dissimulada.   #   #   #   Somente começamos a trilhar a pedregosa estrada do amadurecimento, quando entendemos que é imprescindível que nos esforcemos abnegadamente para nos superar. Não apenas isso. É necessário que jamais esqueçamos que a superação, por si só, por mais meritória que seja, não é suficiente para realizar essa empreitada. E não o é, porque a maturidade exige mais, muito mais do que apenas a nossa vaidosa autoafirmação.   #   #   #   Se possível for, nunca, nunquinha, chamemos de interpretação os nossos erros, equívocos e confusões. Chamar esses trens de interpretação [crítica] é similar a confundir focinho de porco com tomada.   #   #   #   Desde que inventaram a palavra “desculpa”, o número de canalhas, babacas e demais criaturas infames, não parou m

BEM LONGE DO CORAÇÃO SELVAGEM

Ah! Macabéa adormecida, que insiste em permanecer em berço esplêndido a sonhar, esperando a sua hora chegar para ver sua estrela brilhar. Mas o seu problema, querida Macabéa - que não quer acordar - é o mesmo de todos nós, brasileiros, praticantes ou não: a cada 15 anos acabamos esquecendo tudo que aconteceu nos últimos 15 anos, como bem nos advertia, sarcasticamente, Ivan Lessa.   Sofremos de uma intratável amnésia (depre)cívica, fruto, talvez, de nossa orfandade histórica, que nos faz cair num desamparo tal que, feito baratas tontas, e com uma inenarrável credulidade, acreditamos em toda e qualquer porcaria que nos seja regurgitada pela grande mídia em nosso colo.   Sim, eu sei que todos nós diremos que somos almas calidamente críticas e que, por isso mesmo, tudo aquilo em que depositamos nossa confiança passa, necessariamente, pelo crivo das peneiras da averiguação das fontes, da confrontação dos pontos de vistas divergentes e do exame da razoabilidade do que está sendo recebido por

A PATETOCRACIA CONTRA-ATACA

O jornalista Lucas Mendes conta-nos que, no comecinho dos anos 90, durante o governo do “jagunço yuppie”, Fernando Collor de Mello, era comum vermos jornalistas brasileiros, em tom de provocação, cantarolar e assoviar a música da campanha do Lula quando o presidente - que dizia ter “aquilo” muito roxo - aparecia numa coletiva de imprensa.   Ele, naturalmente, ficava “PC da vida”, mas, nem por isso mandava calar em definitivo os jornalistas, ou algo “democraticamente” similar a isso.   Porém, infelizmente, nos dias atuais, os tempos são outros, os ares também, tendo em vista que paira sobre nós a batuta da patetocracia. Sem dúvida alguma, hoje vivemos sob a sua égide.   Quanto ao termo patetocracia, infelizmente, não foi inventado por esse que vos escrevinha. Não. Ele foi cunhado pelo escritor José Carlos de Oliveira na década de 60 em sua coluna no JB e, para o desgosto geral da nação, continua mais atual do que nunca.   Sim caríssimos! Tem patetocracia de direita, de esquerda, de cent