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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 22)

Quem trabalha motivado unicamente pelo dinheiro que pode ser ganho, ou pelo prestígio que pode ser conquistado, está ralado. Qualquer um que dedique a sua vida fundamentalmente à procura desses bens, que o tempo facilmente desfaz, não passa de um tonto infeliz que, ao final, não possuirá nada, ou menos que isso, apesar de ter conquistado tudo.   #   #   #   Há muitos caboclos que afirmam que são pessoas de princípios, não de opiniões. O problema é que muitas vezes aquilo que esses caiporas, bem intencionados, chamam de princípios, não passa de um punhadinho de opiniões, superficiais e infundadas, como qualquer opinião.   #   #   #   O tempo que gastamos para formular uma opinião corresponde ao valor que ela realmente tem. Por isso, se formos realmente sinceros conosco mesmo, iremos reconhecer que a maioria absoluta das nossas amadas e idolatradas opiniões, na real, não valem nem um peido sequer. Nem unzinho.   #   #   #   Já reparou que, muitíssimas vezes, logo após termos ouvido a cha

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 21)

O bocó de mola, geralmente, se orgulha da sua ignorância, chamando-a de “sua opinião crítica”. Já aquele que não o é, sabe que sua ignorância é grande e, por isso, se esforça pra caramba, todo dia, para corrigir-se e não passar tanta vergonha, como se fosse um bocó de mola.   #   #   #   A consciência individual é o olhar divino que nos habita, por isso, relativizar o papel da mesma na condução da nossa vida é o primeiro passo para mergulharmos de cabeça na soberba negação da autoridade de Deus.   #   #   #   Mantenha a disciplina seu animal, tenha um mínimo de rotina nessa sua vidinha sem sal. Isso não vai te fazer mal algum. Agora, essa sua preguiça rabugenta, faz, como faz.   #   #   #   Pare de ficar arrumando desculpas furadas para sua vidinha de merda. Pare com isso e comece a procurar soluções para as merdas que você não se cansa de fazer com a sua vida, seu arigó de teta.   #   #   #   Arrombar as garantias constitucionais não faz de um togado um baluarte da defesa das institui

AOS TRANCOS E BARRANCOS

Um lugar comum, repetido aqui e acolá, quando o assunto é essa tal de educação, é aquele que afirma que nós deveríamos apenas e tão somente estudar aquilo que gostamos, que nos traz algum tipo de satisfação. Bem provavelmente, todos nós já ouvimos alguém dizer isso.   Ora, se formos apenas direcionar a nossa atenção para aquilo que nos apetece, se deixarmos a gurizada apenas se dedicar àquilo que lhes agrada, com o perdão da palavra, estaremos todos nos entregando de braços abertos à idiotia sem fronteiras, não à educação.   Se apenas procuramos “aprender” aquilo que não nos causa nenhum tipo de “desconforto intelectual”, estaremos limitando o nosso horizonte, ao mesmo tempo em que dizemos, para nós mesmos, que estamos “nos realizando” como pessoa.   Essa atitude lúdica e hedonista, frente ao aprendizado, é uma deformidade que domina a mentalidade contemporânea. Essa é uma justificativa esfarrapada feita sob medida para legitimar o desdém pelo conhecimento.   Esquecemo-nos que o aprend

DEFORMADOS PELAS MÃOS DA OLEIRA CIUMENTA

Ficar correndo atrás do impossível é doideira, porém, todavia e entretanto, não faltam cabeças de bagre, nesse mundão de meu Deus, que são incapazes de querer outra coisa senão aquilo que está fora do alcance das suas mãos, conforme bem nos ensina o imperador-filósofo Marco Aurélio. Quer dizer, não foi exatamente com essas palavras, mas basicamente é isso o que ele havia dito.   De um modo geral, toda vez que colocamos uma impossibilidade como meta em nossa vida, nós o fazemos não tanto para realmente atingi-la, mas sim, para justificar o nosso fracasso pessoal ou nossa desistência.   E quando queremos usar uma desculpa para nossas derrotas, a [suposta] procura pelo impossível é o subterfúgio mais utilizado por nós. Desse modo, não temos que nos esforçar para sermos mais disciplinados em nossa porca vida.   E, com o perdão da palavra, se não temos essa tal de disciplina, nós não temos nada. Se não somos capazes de impor a nós mesmos alguns limites para estabelecer um curso a seguir, se

DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 20)

Há mais coisas entre o céu e a terra do que presume nosso vão apetite por [prints de] manchetes jornalísticas.   #   #   #   Não procure ser feliz. Nem feliz, nem forte, muito menos queira ser foda. Procure apenas ser bom. Isso é tudo. E tudo, sem isso, é nada, ou menos que isso.   #   #   #   Procure ser zeloso no cumprimento das suas obrigações que o resto é consequência. Se não for, pode crer: é uma dádiva graciosa.   #   #   #   Quem não se julga melhor do que ninguém não é humildade; também não o é aquele que se considera inferior a todos.   #   #   #   Quando a humildade é manifesta de forma teatral, isso é, claramente, um sinal de soberba descomunal.   #   #   #   Lição importantíssima que é ministrada por todas as tradições marciais: vence um combate não, exatamente, quem mais ataca, mas sim, aquele que mais resiste e melhor assimila os ataques.   #   #   #   Fale menos, fale pouco, mas não deixe de falar tudo aquilo que você tem a dizer.   #   #   #   Conquista não é força. A

PARA QUE A DEMOCRACIA NÃO SEJA UMA OPERETA BUFA

Todos sabem muito bem que Montesquieu propôs a divisão tripartite do poder como uma forma de minimizar os estragos que a concentração do mesmo pode causar.   Esteja o poder centralizado ou repartido, ele está sempre presente nas mãos de poucos que, apesar do sistema de pesos e contrapesos, essa minoria frequentemente acaba encontrando um caminho para burlar as limitações que lhes são impostas para impor a sua vontade sobre a sociedade e, mediante conchavos e acertos, manter aquela sensação marota de equilíbrio junto ao corpo social.   Estes poderes, formalmente divididos, procuram conviver em uma relativa harmonia, edificada por intermédio de conluios e mancomunações pra lá de republicanas, para que todos - largados, pelados e togados - possam realizar o que julgarem necessário para a manutenção da instituição dos ovos de ouro.   E no frigir dos ovos, e dos votos, tudo isso acaba sendo apenas uma encenação burlesca de democracia para sentirmo-nos como bons coadjuvantes, no papel de cid

NÃO FEDE E NÃO CHEIRA

A procura pelo sentido da vida, provavelmente, é uma das caçadas mais angustiantes que pode imperar no coração da gente, tendo em vista que uma vida desprovida de sentido é uma merda, indigna de ser vivida. Todos sabemos disso, inclusive aqueles que gostam de dar de ombros e dizer que vivem seus dias sem eira nem beira, conforme lhes der na telha.   Muitas pessoas acabam se angustiando nessa busca por imaginar que a dita cuja da razão da nossa existência seria algo épico, de grande vulto histórico, ou qualquer trem semelhante a isso. Se acreditamos num babado assim, com toda certeza, ao final o tombo será bem feio e, infelizmente, são muitos os que colocam todas as suas fichas existenciais nesse carteado duvidoso.   E por termos nossos olhos agrilhoados nesses extremos, no poço do niilismo, onde nada tem sentido, ou no cume das montanhas da grandeza, onde tudo é inefável, terminamos por ter uma visão distorcida do que realmente faz uma vida ser bem vivida, daquilo que realmente faz uma