O sociólogo Manuel Castells, em seu livro “Redes de indignação e esperança”, nos chama a atenção para uma obviedade ululante que, por ser gritante, precisa ser devidamente destacada para que não se perca entre as banalidades do nosso dia a dia. Segundo ele, os movimentos sociais contemporâneos que se formaram, e que estão se constituindo na era da informação, de um modo geral, partem de uma série de emoções que são compartilhadas pelos indivíduos. Compartilhamento esse que se dá a partir de um acontecimento que, de certa forma, catalisa e simboliza esses sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. A partir dessas emoções compartilhadas as pessoas, espontaneamente, acabam se organizado em redes autônomas utilizando os meios de comunicação digital onde passam, gradativamente, a partilhar suas impressões sobre o que elas estão vivendo e testemunhando e, com o passar do tempo, começam a construir uma vivência em comum que vai tomando corpo e delineando uma identidade colet...