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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 43)

O fato de termos feito algo que preste em nossa vida não significa, necessariamente, que sejamos uma pessoa boa, da mesma forma que termos feito algo reprovável não significa que sejamos, fundamentalmente, uma má pessoa.

 

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Muitas são as ilusões que palpitam no coração humano, muitas, mas a maior de todas provavelmente é a crença de que podemos controlar tudo. Não apenas uma das maiores, como também, uma das mais perigosas. Todas as vezes que alimentamos essa ilusão de querermos controlar tudo, tintim por tintim, é justamente quando, sem nos darmos conta, acabamos por ficar sem nenhuma autoridade.

 

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O otimista é um imbecil satisfeito, faceiro da vida por qualquer coisa. Já o pessimista é um idiota desgostoso, que vive pau da vida com qualquer ninharia.

 

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Enaltecer, ou depreciar, os grandes vultos da história é um exercício estéril, logo, estúpido.

 

Por isso mesmo é imprescindível que nos esforcemos, com um mínimo de sinceridade, para compreendê-los.

 

Agindo assim, com o tempo, quem sabe, aprendamos algo com as grandezas e misérias dessas figuras que são exaltadas por uns e execrada por outros.

 

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Nem sempre aquilo que se apresenta como sendo uma facilidade é algo sincero e verdadeiro. Na real, nunca o é.

 

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Todo alcoviteiro desprovido de razão, com seus faniquitos autocráticos, acredita ser “o baluarte da democracia” quando fere covardemente a liberdade de expressão, principalmente quando o faz sob uma salva de palmas que é dada por um bando de abestados.

 

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Uma coisa é atuar como defensor da Constituição; outra, bem diferente, é agir como seu mutilador, travestido de magnânimo e incontestável intérprete da Carta Magna.

 

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Almejamos conquistar boleiras de bens, títulos e pompas que, logo após a nossa morte, irão diretamente para a lata do lixo, enquanto o pouco que restou de nós irá se desfazer na cova rasa do esquecimento.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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