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OS MEMES DA FRONTEIRA FINAL

As redes sociais, no momento, estão cheias de lamúrias mil diante do resultado do primeiro turno. Chega ser um trem melancólico de se ver, para não dizer outra coisa.

 

E, diante da paisagem que se encontra desenhada diante de nossas vistas, penso que podemos levantar algumas perguntas simples para refletirmos sobre os últimos acontecimentos. Dito isso, vem comigo.

 

Primeiro, só por curiosidade, além de compartilhar memes, vídeos, prints e similares, o que mais os “militantes” digitais que se declaram de “direita” fizeram? Ah! Foram aos eventos, agitaram bandeiras, fizeram transmissões ao vivo e tutti quanti. Ótimo! Muito bom. Mas não estaria faltando algo?

 

Por um acaso foi tentado, num ato de boa vontade, da parte dos indivíduos que se declaram “conservadores” convictos, conversar com um amigo, ou conhecido, para tentar entender as razões dele e, de forma amistosa, apresentar as suas razões para convencê-lo, como um bom amigo? Pois é.

 

E tem outra meu caro: por um acaso os “militantes” que se declaram de “direita” realmente se esmeraram para serem compreendidos, esforçaram-se em ser o mais claro possível naquilo que estavam dizendo, ou apenas empenharam-se em “mitar” bonito para cair nos braços da sua galera galerosa?

 

Sim, tais perguntas são desconfortáveis pra caramba, mas é mais do que necessário que elas sejam feitas. E, ao fazê-las, ao refletir sobre elas, deve-se bater no peito e admitir que é preciso aprender muita coisa para fazer algo melhor e não apenas ficar se empanturrando com memes, prints, vídeos brevíssimos e demais tranqueiras.

 

É importante lembrarmos que uma vida cívica sólida e saudável é construída com base no aprofundamento das questões que emolduram o debate público, para que possamos ir além do mero convencimento momentâneo.

 

De mais a mais, não sei se o amigo percebeu, mas tem muita gente por aí que não está convencida, que está à espera de uma conversa amiga, e que está cansada de memes e que não aguenta mais essa conversa fiada de “lacradas” e “mitadas” sem fim.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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