Tudo nesta porca vida tem sua hora. Tudo, tudinho. A encrenca toda começa quando nos damos conta de que nós acabamos, na maioria das vezes, reconhecendo a dita cuja da hora certa muito tempo depois que ela já passou e se empirulitou. Passou e se foi de uma vez por todas para se perder em definitivo nas brumas do tempo, que não volta mais, e do arrependimento, que não nos deixa em paz.
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Quem diz que lê qualquer coisa, inclusive bulas de remédio - na falta de algo mais interessante para deitar as suas vistas - com o perdão da palavra, esse tipo de caboclo bem provavelmente está mentindo descaradamente, porque todo aquele que realmente gosta de ler não procura ler qualquer coisa só para dizer que está sempre lendo algo. Quem realmente devota-se à leitura sabe que nem tudo que é riscado numa folha merece a atenção dos nossos olhos. Não apenas isso. Quem de fato gosta de ler sempre tem algo interessante consigo para deleitar as suas vistas e para alimentar a sua alma.
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Apenas podemos dizer que sabemos como aproveitar bem a nossa vida, que sabemos usar o nosso tempo com sabedoria, quando temos claro em nossa mente que somos uma alma imortal cujos atos, cada um deles, ecoam na eternidade.
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Tudo parece ruim e malfeito para aqueles sujeitos que nunca tentaram fazer algo minimamente bom, nem mesmo um pequenino e despretensioso gesto de generosidade.
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Existem figurões, figurinhas e figuraças que creem que suas vidas vividas de qualquer jeito deveriam ser tidas como um modelo de incomparável beleza, bondade e perfeição, mesmo que eles nunca, nunquinha, tenham parado pra pensar a respeito do que seriam cada uma dessas coisinhas que eles creem representar tão bem.
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A dita cuja da preguiça é a madrinha que, de mãos dadas com a vadiagem, acompanha desde sempre, e bem de perto, todos os nossos preciosos vícios que, devidamente fantasiados com mil nomes pomposos, desejamos tanto manter ao nosso lado, sem, é claro, reconhecê-los como sendo nossos.
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Uma das muitas pragas que infestam a educação contemporânea é essa tosca confusão que se estabeleceu entre inquietação e dedicação, entre desassossego e zelosa atenção.
Tal confusão, nos círculos mais academicamente espalhafatosos, recebe a alcunha cafona de “metodologias ativas”.
Pois é, como tudo aquilo que não presta neste mundo, essa tosca confusão é apresentada aos tontos, como eu e você, com um nome fofo como esse, "metodologias ativas", que exala toda aquela bisonhice acadêmica que, francamente, mais atrapalha do que ajuda. E como atrapalha.
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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