Pular para o conteúdo principal

QUANDO A BRISA TOCA NOSSAS MELENAS

Existem muitas formas de sermos tontos, em termos políticos. Para isso, a criatividade humana não encontra limites, infelizmente. Uma delas é quando procuramos ver tudo a partir do conforto proporcionado pela sombra de uma bandeira ideológica (ou supostamente ideológica); outra é querermos nos distanciar de tudo, sob a proteção cínica que obtemos quando ficamos em cima do muro; e ambas, cada uma do seu jeito [passional], nos brindam com uma perspectiva bem torta a respeito da realidade e sobre nós mesmos.

 

#

 

Conheça a ti mesmo. Todos conhecemos essa admoestação que se fazia presente nos umbrais do Oráculo de Delfos. Admoestação essa que nos convida a refletir sobre a nossa humana condição; porém, como bem nos adverte Johann Goethe, se viermos a nos conhecer direitinho, é bem provável que saiamos correndo em desatino, fugindo de nós mesmos.

 

#

 

Diante da atual conjuntura em que se encontra o nosso triste país, constata-se que apenas os histéricos estão satisfeitos.

 

#

 

Falemos apenas aquilo que for necessário, quando aquilo que iremos dizer for, realmente, indispensável. Do contrário, já sabemos muito bem o que devemos fazer.

 

#

 

O filósofo Marco Aurélio em seu livro “Meditações” nos ensina que tudo aquilo que, por ventura, venha a querer impedir a realização de algo que nós queremos fazer deve, necessariamente, ser encarado como algo que pode beneficiar a sua realização. Os obstáculos que aparecem no meio do nosso caminho, não são um desvio, mas sim, o próprio caminho que deve ser trilhado por nós.

 

#

 

Temperança, em sua essência, é uma força que cultiva-se no interior da nossa alma.

 

#

 

A disciplina, em sua essência, não é a mera privação que impomos a nós mesmos; é uma conquista que galgamos de forma persistente.

 

*

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros.

https://lnk.bio/zanela




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MUITO ALÉM DA CRETINICE DIGITAL

Desconfio sempre de pessoas muito entusiasmadas, da mesma forma que não levo a sério os alarmistas, que fazem uma canja rançosa com qualquer pé de galinha.   Bem, esse não é o caso de Michel Desmurget, doutor em neurociência e autor do livro “A fábrica de cretinos digitais”. Aliás, um baita livro.   No meu entender, essa deveria ser uma leitura obrigatória para pais, professores e, principalmente, para os burocratas e políticos que não se cansam de inventar traquitanas que, hipoteticamente, melhorariam a qualidade da educação.   Não duvido que políticos e burocratas, que se empolgam com toda ordem modismos, estejam cheios de boníssimas intenções, não mesmo. O problema, como todos nós sabemos, é que o inferno está cheio delas.   Enfim, em resumidas contas, a obra de Desmurget nos apresenta estudos, dados, fatos e evidências que demonstram o quão lesivo é para a formação das nossas crianças a exposição precoce e desmedida às telas, da mesma forma que desmitifica inúmer...

UMA ARMADILHA OCULTA EM NOSSO CORAÇÃO

Somos movidos pelo desejo, não temos para onde correr. E esse é um problema que todos nós temos que enfrentar, no íntimo do nosso coração, com as parcas forças do nosso ser.   Diante desse entrevero, Siddhartha Gautama diria que bastaria abdicarmos deles para os problemas se escafederem. Nas suas palavras, desejos seriam como pedras: quanto mais desejamos, mais pesada torna-se a vida.   E ele, em grande medida, está coberto de razão. O ponto é que essa não é uma tarefa tão simples assim. Na verdade, é uma tarefa hercúlea porque, o desejo, não é um mero adereço que usamos e descartamos quando nos dá na ventana. Nada disso.   Ele ocupa um lugar central em nossa vida e, por isso, todos nós temos em nosso âmago um vazio que apenas o absoluto pode preencher. Vazio esse que nos torna um ser sedento por ser. O problema é que não sabemos como fazer isso, nem por onde começar.   Segundo René Girard, o desejo não se manifesta em nós de maneira direta, mas sim, de forma triangu...

UM CASTELO DE CARTAS PÚTRIDAS

Somos uma sociedade espiritualmente adoecida. Aos olhos de qualquer bom observador, isso é algo evidente; mas, infelizmente, devido ao turbilhão de informações de importância questionável, que nos prende junto à poeira da superficialidade, acabamos por não dar a devida importância a esse fato.   Um dos traços desse adoecimento é a grande confusão de valores que invadiu a alma contemporânea, turvando de forma atávica a percepção dos indivíduos e pervertendo o senso das proporções que, como todos sabemos, é a base do discernimento, é a coluna de sustentação da consciência.   Se o amigo leitor, juntamente com seus alfarrábios, acredita que estou tomado por um delírio de ocasião, vejamos alguns dados que, penso eu, podem ilustrar melhor os efeitos que isso tem em nosso campo de percepção.   Segundo o Sistema de Avaliação da Educação Básica de 2019, 95% dos alunos concluíram o Ensino Médio sem um conhecimento adequado de matemática e 69% sem o nível esperado em língua portugue...