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A CIDADANIA LARGADA NA SARJETA

Controlar a inflação, ao que parece, a máfia estatal não quer; mas conter a inflamação popular contra eles, ao que tudo indica, os ditos-cujos querem sim senhor. Os parasitas estatais não medirão esforços para calar de vez as vozes que ousam criticá-los.

 

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As redes sociais não são uma ameaça ao Estado Democrático de Direito. Nada disso. As redes são uma ameaça ao poder dos oligarcas e caciques políticos desta partidocracia que parasita os cidadãos a muito tempo.

 

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Quando o dinheiro público é bem usado no atendimento do bem público, isso é muito bom. Quando recursos privados são utilizados para melhorar o serviço público, isso é sinal de magnanimidade. Agora, quando o dinheiro público é entregue nas mãos de uma empresa privada para que essa [supostamente] administre-o de uma forma mais eficaz, com o perdão da palavra, isto é muito estranho, pra não dizer outra coisa.

 

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Muitas e muitas vezes, a terceirização de um serviço que visa atender um direito fundamental, como é o caso da educação, é apenas um eufemismo vistoso para a prostituição da ética, uma desculpa esfarrapada para jogar a cidadania na sarjeta.

 

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Fala-se muito de parcerias hoje em dia, principalmente nas tais parcerias público/privadas. Bem, mas o que seria um bom parceiro? Seria aquele que procura trazer recursos para agregar e ajudar a resolver uma dificuldade real, o que é bem diferente daqueles que, de forma oportuna, querem apossar-se dos poucos recursos que dispomos para, hipoteticamente, nos ajudar a resolver os problemas que temos, criando muitos outros que não precisávamos ter.

 

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A grande preocupação dos burocratas que falam pelos cotovelos sobre a importância da aprendizagem - mas pouco sabem a respeito desse riscado - não é o crescimento intelectual e desenvolvimento moral das crianças e dos jovens. O que está no centro de suas preocupações são números bonitinhos para apresentar num slide de Powerpoint, pouco importando como estes números foram gerados, ignorando se, de fato, esses idolatrados índices têm alguma relação com a realidade das salas de aula.

 

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Partidocracia não é uma figurinha de linguagem, nem um cacoete. É um conceito descritivo. Na dúvida, recomenda-se a consulta às obras de Gonzalo Fernández de la Mora e de Gustavo Bueno. E não adianta ligar a TV para ver o que será dito no Jornal Nacional sobre isso porque esse, de fato, tem muitas serventias, mas esclarecer, não é uma delas não.

 

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Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela - professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “REFAZENDO AS ASAS DE ÍCARO”, entre outros livros.

https://lnk.bio/zanela



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