Há uma história sobre um soldado, que lutou na Segunda Guerra Mundial e que, logo após ter chego ao teatro de operações, vivia apavorado, petrificado pelo medo de ter sua vida ceifada nos combates.
Com o tempo, esse soldado agrilhoado pelo medo, veio a ser um dos mais bravos combatentes da sua companhia e, essa transubstanciação da água para o vinho, deveu-se a um conselho que lhe foi dado por um dos seus irmãos de armas.
Conta-nos ele que havia um homem de meia-idade que sempre estava tranquilo, atendo as demandas dos demais e, aparentemente, sempre estava pronto para marchar pelo vale da sombra da morte.
Diante de tal exemplo de destemor, o jovem foi ter um dedo de prosa com ele, perguntando-lhe como ele era capaz de manter-se tão tranquilo diante da iminência de entrarem em combate e serem mortos.
O homem, com a mesma tranquilidade de sempre, disse-lhe que havia desistido de voltar vivo para casa. Ele esperava apenas lutar com bravura indômita para defender a liberdade contra tirania, lutar de forma honrada pela sua família e pelos seus irmãos de armas. Essa era sua única esperança.
Ele estava vivo, vivíssimo, porque havia desistido de viver. Aliás, bem de acordo com o conselho de Nosso Senhor, que nos diz que todo aquele que apegar-se a sua vida, perdê-la-á.
Por fim, o homem disse ao rapaz que, toda manhã, logo após levantar-se, fazia uma oração antes de partir para a realização de qualquer atividade. A prece era assim: “descanse em paz”.
Resumindo o causo: o jovem depositava toda a sua esperança num hipotético retorno para a segurança do seu lar, mesmo que isso custasse o cumprimento de seus deveres e, por estar com seu coração deslocado, o medo estava envenenando a sua alma.
E nós agimos de forma similar, diante de nossas lutas cotidianas, temerosos de perder a vida que temos e, por temor, acabamos por nos perder de nós mesmos.
Fim.
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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