Uma cena, no mínimo, curiosa, que frequentemente acaba sendo encenada em nossa vida, é aquela onde perguntamos para uma pessoa o que ela pensa a respeito de algum assunto.
Logo após levantarmos a lebre, e ouvirmos nosso interlocutor respondendo, de forma sincera a nossa indagação, dizendo o que ele de fato pensa a respeito, ao invés de ficarmos agradecidos, faceiros da vida, ficamos consternados, sem direção, sem chão.
Mas por que ficamos, assim, com uma cara de tacho mal lavado? Ficamos porque ele, o nosso interlocutor, simplesmente falou o que realmente fervilhava em sua cumbuca e, é claro, não era o que a gente esperava ouvir.
Ora, se nós não estamos dispostos, se nós não estamos interessados em ouvir uma modesta e pequena verdade, dita com sinceridade por uma pessoa, por mil raios e trovões, por que nós perguntamos?
No fundo, e não é tão fundo assim, o que nós realmente queremos nessas situações é que alguém apenas confirme os nossos devaneios e nada mais, tamanho é o grau de desorientação que muitas e muitas vezes impera em nosso coração tão mimado e vaidoso, um coração tão desordenado quanto ideologicamente manhoso.
[CADINHO DE PROSA # 16/08/2022]
Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela
https://sites.google.com/view/zanela
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